Dezasseis homens detidos pelo Exército no nordeste da Nigéria foram encontrados mortos a tiro algumas horas mais tarde, disseram, esta quinta-feira, responsáveis locais, que exigem um inquérito.
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Na quarta-feira de manhã, soldados detiveram um total de 17 homens, entre os quais um imã (sacerdote muçulmano), num bairro da cidade de Potiskum, no estado de Yobe, quando saiam da mesquita.
Os seus corpos, com exceção do do imã, foram depois encontrados na morgue do hospital geral de Potiskum.
"Todos os corpos tinham ferimentos de balas", declarou à agência France Presse um enfermeiro que não quis ser identificado.
Os corpos foram levados até à morgue por soldados e formalmente identificados por habitantes e responsáveis de Gogo Tegbo, o bairro onde os homens tinham sido detidos, adiantou a mesma fonte.
Potiskum é a capital económica do estado de Yobe, um dos três da Nigéria sob lei marcial há um ano e meio devido à insurreição sangrenta do grupo islâmico radical Boko Haram.
Segundo representantes locais, os 16 homens encontrados mortos foram detidos porque pertenciam à etnia kanouri, a mesma da maioria dos membros do Boko Haram.
"Exigimos um inquérito a estes assassínios injustificados", disse à AFP um daqueles responsáveis, que não quis ser identificado.
O exército nigeriano tem sido frequentemente acusado de execuções sumárias por organizações de defesa dos direitos humanos.