Uma nova técnica para tratar vítimas de queimaduras graves com pele de peixe está a ser testada nos hospitais brasileiros.
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Cientistas da Universidade Federal do Ceara, Brasil, descobriram que a pele do peixe de água doce Tilápia pode ajudar no tratamento de vítimas de queimaduras, por ter características semelhantes com a pele humana.
A capacidade de cicatrização da pele de Tilápia já tinha sido testada em ratos, na China, mas esta é a primeira vez que este tratamento é aplicado em pele humana, garantem os cientistas brasileiros.
"Usar pele de Tilápia para tratar queimaduras é sem precedentes", disse à agência Reuters Odorico de Morais, professor na Universidade Federal do Ceará (UFC). "Habitualmente, a pele deste peixe é desperdiçada por isso estamos a utilizar este produto para o benefício da sociedade", explicou o professor.
Para além de ser menos doloroso para os doentes, esta técnica é uma alternativa económica para os hospitais brasileiros dada a abundância do Tilápia nos rios brasileiros.
Antes de ser aplicada nos doentes, a pele é tratada e submetida a um tratamento por radiação que elimina qualquer vírus que possa estar alojado na pele do peixe. Depois do tratamento, o tecido fica com um prazo de validade de dois anos e é inodoro.
Este procedimento já foi aplicado com sucesso a pelo menos 56 pacientes, com queimaduras de segundo e terceiro grau.