A Igreja Ortodoxa búlgara, a que pertence 80% da população do país, apelou ao Governo que não deixe entrar migrantes e refugiados muçulmanos no país.
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"Nós ajudamos os refugiados que já chegaram ao nosso país, mas o Governo não deve, em nenhum caso, deixar entrar mais refugiados", sublinhou o santo sínodo, corpo dirigente da Igreja, numa declaração no seu site na Internet.
"Trata-se de uma vaga que tem todas as características de uma invasão", referiu o texto.
Situada nos Balcãs, a Bulgária é contornada pelo principal fluxo de migrantes que chegam da Grécia e que se dirigem para a Europa Ocidental através da Macedónia, Sérvia, Croácia e Hungria.
No entanto, é um país de trânsito para os sírios, iraquianos e afegãos que estão na Turquia e que querem chegar à Europa Ocidental.
Os problemas do país de origem dos refugiados "deve ser resolvido por aqueles que os criaram e o povo búlgaro não deve pagar o preço (...)", acrescentou a declaração.
A Bulgária é o país da União da Europeia com a taxa mais elevada de muçulmanos - cerca de 13% - entre os quais turcos, búlgaros islâmicos e outros.
Apesar da desconfiança da opinião pública contra as minorias, nenhuma tensão maior aconteceu desde o fim do comunismo em 1989.
O primeiro-ministro conservador búlgaro, Boiko Borissov, disse na sexta-feira estar "preocupado" com um eventual fluxo maciço de migrantes nos próximos meses. "Eu tenho medo e o povo búlgaro tem medo, sendo apenas no que diz respeito à religião. Nós somos cristãos, eles são muçulmanos", referiu.