Imagens de satélite apontam para possível existência de mais de 200 valas comuns em Mariupol
Imagens de satélite apontam para a possível existência de mais de 200 valas comuns perto de Mariupol, num momento em que a Ucrânia acusa a Rússia de ali enterrar nove mil civis para esconder o massacre.
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As fotografias divulgadas esta quinta-feira surgiram horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter reclamado vitória na batalha por Mariupol, apesar de cerca de dois mil combatentes ucranianos ainda se encontrarem barricados numa siderurgia.
O fornecedor de imagens de satélite Maxar Technologies divulgou imagens que, supostamente, mostram mais de 200 valas comuns numa cidade onde os responsáveis locais ucranianos dizem que os russos têm estado a enterrar residentes de Mariupol. Na infografia abaixo, é possível ver, à esquerda, uma foto captada a 23 de março e, à direita, outra captada a 3 de abril. Nesta última, veem-se longas filas de sepulturas que se afastam de um cemitério existente na cidade de Manhush, fora da cidade martirizada.
O autarca de Mariupol, Vadym Boychenko, acusou os russos de "esconderem os seus crimes militares", retirando os corpos de civis da cidade e enterrando-os em Manhush. Os túmulos podem conter até nove mil mortos, segundo a autarquia de Mariupol. "Os corpos dos mortos foram levados em camiões e, na realidade, simplesmente a ser despejados em montes", escreveu um assessor de Boychenko, Piotr Andryushchenko, no Telegram.
O Kremlin não reagiu de imediato. Quando foram descobertas valas comuns e centenas de civis mortos em Bucha e noutras cidades à volta de Kiev, após as tropas russas terem recuado, os oficiais russos negaram que os seus soldados tivessem matado quaisquer civis e acusaram a Ucrânia de encenar as atrocidades.
Em comunicado, a Maxar disse que uma análise das imagens indica que as sepulturas em Manhush foram escavadas em finais de março e expandidas ao longo das últimas semanas.