Um incêndio no campo de identificação e registo de migrantes de Vathy, na ilha grega de Samos, deixou 600 refugiados sem alojamento, alertou a organização Médicos Sem Fronteiras.
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"Em Vathy, 6 mil pessoas estão amontoadas em condições terríveis num complexo projetado para apenas 650. Metade são mulheres e crianças. A maioria vive em tendas improvisadas sem acesso regular a banhos ou chuveiros", assinalou Eirini Papanastasiu, coordenadora da Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Samos, em comunicado.
Este é o segundo incêndio em instalações que acolhem refugiados, migrantes e requerentes de asilo nas ilhas do Egeu, depois do incêndio no campo de Moria, há duas semanas, em que morreu uma mulher.
Segundo os meios de comunicação locais, o incêndio teve origem numa briga entre um grupo de sírios e afegãos na noite de segunda-feira, na qual três homens sírios foram esfaqueados.
A Médicos Sem Fronteiras estima que 600 pessoas perderam o espaço onde viviam.
Após o incêndio, os refugiados foram alojados em diferentes abrigos fornecidos por organizações não-governamentais (ONG) locais.
"Estamos a apoiar o hospital local com intérpretes. A nossa equipa também fornecerá ajuda psicológica de emergência e artigos de primeira necessidade para as pessoas afetadas pelo incêndio", indicou Eirini Papanastasiu.
A organização exigiu novamente que as autoridades gregas e europeias transferissem todas as pessoas vulneráveis das ilhas para alojamentos apropriados e seguros.
"Incidentes como o incêndio da noite passada são o resultado direto das políticas europeias que continuam a deter pessoas em condições indignas e inseguras nas ilhas gregas", afirmou a coordenadora da ONG em Samos.
O Governo grego anunciou a sua intenção de descongestionar as ilhas e aumentar os retornos para a Turquia de pessoas, cujo pedido de asilo é rejeitado, até 10 mil em 2020, apesar das suas críticas a Ancara pela intervenção na Síria.