A Índia pousou, esta quarta-feira, uma sonda na Lua. O país fez história e é o primeiro a conseguir alunar no pólo Sul do satélite natural da Terra.
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A missão "Chandrayaan-3" tocou no solo lunar, através do módulo de pouso Vikram, pouco depois das 13.30 horas (horário de Lisboa). A região pouco explorada do pólo Sul da Lua é investigada pela possível presença de água congelada.
Esta foi a segunda tentativa indiana para chegar ao satélite, após uma falha na missão "Chandrayaan-2", em 2019, destruir o módulo de pouso. A nova missão espacial do país de 1,4 mil milhões de habitantes ocorre dias depois da sonda russa Luna-25 despenhar-se.
A nave entrou em órbita lunar a 5 de agosto. Pouco menos de duas semanas depois, a sonda Vikram separou-se do módulo de propulsão, no dia 17 de agosto.
"Alunar no pólo Sul permitiria que a Índia explorasse se há gelo de água na Lua. E isso é muito importante para dados cumulativos e para a ciência sobre a geologia da Lua", salientara Carla Filotico, diretora da consultora SpaceTec Partners, citada pela agência Reuters, ainda antes da alunagem. A presença de água na região, caracterizada pelo terreno difícil, ajudaria no abastecimento de combustível, oxigénio e de água potável para futuras missões.
A "Chandrayaan-3" foi lançada a 14 de julho e demorou mais que missões anteriores à Lua porque os indianos decidiram utilizar foguetões menos potentes que os das missões Apollo dos anos de 1960 e 1970. A sonda realizou diversas voltas ao redor da Terra para ganhar velocidade, antes de partir em direção ao satélite natural.
Indianos entusiasmados com missão
A quarta-feira foi marcada pela antecipação e entusiasmo na Índia, relata a Reuters. Manchetes nos jornais; canais de notícias com contagens regressivas; orações em templos, mesquitas e Igrejas no país; e crianças a agitar bandeiras indianas enquanto aguardavam a transmissão em direto da missão.
O primeiro-ministro Narendra Modi assistiu ao evento na África do Sul, onde participa na cimeira dos BRICS. No dia anterior, o chefe de Governo indiano defendeu que "a Índia será o motor de crescimento do Mundo".