Ministério público espanhol entende que irmã do rei de Espanha não deveria sentar-se no banco dos réus, enquanto pede 19 anos de prisão para o marido, Iñaki Urdangarin .
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O advogado da infanta Cristina garantiu esta terça-feira que esta pagará "de forma imediata" os quase 600 mil euros que o procurador anticorrupção lhe reclamou para fazer frente à sua responsabilidade civil no âmbito do caso Nóos.
O ministério público reclama essa quantia à irmã do rei de Espanha, por entender que esta beneficiou dos negócios feitos pelo marido, Iñaki Urdangarin, quando estava à frente do Instituto Nóos. A entidade, supostamente sem fins lucrativos, teria sido utilizada para desviar mais de 6 milhões de euros procedentes das arcas públicas através da simulação de trabalhos fictícios.
Para o procurador anticorrupção responsável pelo caso, Pedro Horrach, o pagamento daquela quantia dispensaria a infanta de qualquer outra "responsabilidade civil e penal". No escrito de mais de 500 páginas entregue hoje ao juiz José Castro, de Palma de Maiorca, o responsável argumenta que Cristina de Borbón não deveria sentar-se no banco dos acusados pelo delito de fraude fiscal, indicando que esta não deveria ser incriminada com base na mera "suspeita" de que tinha conhecimento das atividades ilícitas do marido.
Invocando critérios de "justiça e igualdade", o ministério público defende que seja aplicado à filha de D. Juan Carlos a chamada "doutrina Botín" (assim conhecida por ter sido aplicada anteriormente a Emílio Botín, o presidente do Banco Santander falecido este ano). O modelo poderia permitir-lhe evitar o julgamento por ser acusada apenas por uma entidade particular, neste caso, o sindicato Manos Limpias.
Quem não poderá livrar-se do banco dos réus será Iñaki Urdangarin, acusado de um total de oito crimes, arriscando uma pena que poderia ascender a 19 anos de prisão. Ao marido da infanta, o procurador reclamou uma multa de 3,5 milhões de euros. Quanto ao sócio deste, Diego Torres, foi acusado de sete crimes, e poderá enfrentar uma pena até 15 anos de prisão.