Cientistas da Universidade Queen Mary de Londres e do Barts Health NHS Trust estão a testar um medicamento experimental para a pressão arterial alta (hipertensão), que vai dar a possibilidade de os pacientes levarem uma injeção da medicação a cada seis meses. É a primeira vez que os cientistas vão recorrer à injeção com medicação de longa duração para tratar a hipertensão. Se resultar, este medicamento pode mudar a forma como a pressão arterial é tratada para adultos com esta condição.
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O ensaio clínico vai contar com a participação de 630 pacientes em todo o mundo. O estudo, financiado pela Alnylam Pharmaceuticals e apoiado pelo Instituto Nacional de Investigação em Saúde (NIHR), vai decorrer durante cerca de três anos.
Manish Saxena, líder do estudo e diretor clínico adjunto da Universidade Queen Mary de Londres, disse que resolver os desafios de saúde desta escala "não pode ser alcançado apenas por uma pessoa ou entidade". "Estamos empolgados por trabalhar ao lado da Alnylam e combinar a nossa experiência para, com sorte, mudar a medicina moderna", refere o também especialista em hipertensão do Barts Health NHS Trust.
Proporcionar uma escolha mais alargada de opções de tratamento aos pacientes será benéfico. Estima-se que em 2019, em Portugal, 2.4 milhões de portugueses (36%) eram hipertensos, de acordo com o Instituto Nacional da Estatística.
"Ainda é cedo, mas a nossa última esperança é que o tratamento se revele uma solução prática, segura e mais manejável para combater a pressão arterial elevada", menciona Manish Saxena. O especialista em hipertensão conclui que "um tratamento duas vezes por ano com injeção debaixo da pele proporcionaria uma melhor alternativa à toma de medicação diária". O médico acredita que seria uma notícia bem-vinda para os pacientes e "tornaria o tratamento da hipertensão mais conveniente".
Se não for tratada, a pressão arterial alta aumenta consideravelmente o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Os principais fatores de risco incluem o excesso de peso, uma dieta pobre com excesso de sal e pouca fruta e legumes, juntamente com o tabagismo e a falta de prática de exercício.