O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas ameaçou, esta segunda-feira, que o país responderá "de forma inimaginável" com "surpresas estratégicas" a qualquer ameaça, quando crescem as tensões com o Ocidente devido à iminente restauração das sanções da ONU.
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"As Forças Armadas da República Islâmica, apoiadas em surpresas estratégicas, estão prontas para enfrentar qualquer ameaça dos opressores e da arrogância do mundo com uma resposta oportuna, decisiva, lamentável e inimaginável", declarou o general Abdolrahim Mousavi, num comunicado emitido pela comemoração anual da guerra Irão-Iraque, que aconteceu na década de 1980, de acordo com a agência de notícias Tasnim.
O general referiu que o Irão vai transformar "cada ameaça numa oportunidade para mostrar o seu poder nacional e regional".
Estas declarações surgem quando há um aumento das tensões entre o Irão e o Ocidente, depois de o Conselho de Segurança da ONU ter rejeitado na sexta-feira a manutenção do levantamento permanente das sanções contra o Irão devido ao seu programa nuclear, o que poderá levar a reimpor as medidas já no final do mês.
No mês de agosto, a França, a Alemanha e o Reino Unido decidiram ativar o mecanismo que restabelece automaticamente as medidas punitivas estabelecidas contra o Irão antes do acordo nuclear de 2015.
Perante este cenário, a Guarda Revolucionária iraniana alertou no domingo os seus "inimigos" - numa aparente referência a Israel e aos Estados Unidos -, referindo que qualquer nova agressão ou "erro de cálculo" contra o Irão será respondida com um ataque "letal", três meses depois da guerra de 12 dias com o Estado judaico.
Durante o conflito, Israel atacou alvos militares, nucleares e civis no Irão, o que, segundo Teerão, resultou em mais de mil mortes, incluindo dezenas de altos oficiais militares e cientistas nucleares.
O conflito intensificou-se a 22 de junho com bombardeamentos norte-americanos contra três instalações nucleares iranianas.
O Irão, por sua vez, respondeu com disparos diários de mísseis e drones contra Israel, o que, segundo várias fontes, provocou 31 mortos. Lançou também um ataque com mísseis contra uma base aérea norte-americana no Qatar.