
População de Gaza sobrevive entre os escombros após mais de dois anos de ofensiva israelita
Foyo: Omar Al-Qattaa / AFP
O Irão declarou que a resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza priva o povo palestiniano dos seus direitos fundamentais ao estabelecer um sistema de tutela internacional.
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"Muitas das disposições desta resolução são contrárias aos direitos legítimos do povo palestiniano e, ao impor uma espécie de sistema de tutela na Faixa de Gaza, priva o povo palestiniano dos seus direitos fundamentais", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano num comunicado divulgado na noite de terça-feira, citado esta quarta-feira pela agência de notícias EFE.
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A diplomacia iraniana considerou que a resolução viola "especialmente o direito à autodeterminação e ao estabelecimento de um Estado palestiniano independente com Jerusalém oriental como capital".
O Irão manifestou o seu apoio a "ações internacionais ou regionais que coloquem um fim ao genocídio e aos crimes do regime sionista" na Palestina, mas rejeita iniciativas que "legitimem a ocupação da Faixa de Gaza" por Israel.
A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, baseada no acordo de 20 pontos elaborado pelo Governo do presidente norte-americano, Donald Trump, foi adotada na segunda-feira com 13 votos a favor e abstenções da China e da Rússia.
A resolução determinou a criação de uma Força Internacional de Segurança (FIS) até dezembro de 2027 e a sua missão será garantir a segurança das fronteiras de Gaza com Israel e com o Egito, proteger civis e corredores humanitários e treinar uma nova força policial palestiniana.
Há dois dias, o grupo islâmico Hamas rejeitou a resolução, afirmando que esta "não aborda os direitos ou as exigências dos palestinianos, favorece a ocupação israelita e procura impor uma tutela internacional ao enclave, o que os palestinianos e as fações da resistência não aceitam".
O Irão é um dos principais aliados do Hamas, que faz parte do chamado eixo da resistência, a aliança informal anti-Israel liderada por Teerão e que inclui também o grupo xiita libanês Hezbollah e os rebeldes Huthis do Iémen.
