
Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu
Foto: Abir Sultan/ EPA
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, saudou o plano de paz para Gaza do presidente norte-americano, ao assinalar a aprovação da resolução do Conselho de Segurança da ONU com base nas propostas de Donald Trump.
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"Acreditamos que o plano do presidente Trump conduzirá à paz e à prosperidade", afirmou Netanyahu numa mensagem divulgada pelo seu gabinete citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O plano visa "a desmilitarização total, o desarmamento e a desradicalização" do território palestiniano, justificou o primeiro-ministro israelita, também citado pela agência de notícias espanhola EFE.
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Netanyahu felicitou Trump pela aprovação da resolução, na segunda-feira, que estabelece uma força internacional para supervisionar o processo de desmilitarização da Faixa de Gaza e o desarmamento dos grupos armados. A força internacional será também responsável pela proteção dos civis e pelo treino de uma nova força policial palestiniana.
A resolução, aprovada com 13 votos a favor e as abstenções da China e da Rússia, suscitou o repúdio do grupo extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.
Para o Hamas, o desarmamento, ponto essencial para Israel, é um assunto interno que nada deve ter a ver com a força internacional prevista na resolução. Se a força internacional tiver como missão o desarmamento, deixará de ser neutra, na ótica do grupo radical, cujo ataque a Israel em 7 de outubro de 2023 desencadeou a guerra atual em Gaza.
"Qualquer discussão sobre o tema das armas deve permanecer como um assunto nacional interno ligado a um caminho político que assegure o fim da ocupação [israelita], o estabelecimento do Estado [da Palestina] e a autodeterminação", disse o Hamas.
Netanyahu destacou na mensagem que o Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiou "plenamente o plano de 20 pontos" de Trump e a nomeação de um Conselho de Paz para Gaza que será presidido pelo líder norte-americano.
Seguindo o plano de cessar-fogo de Trump, em vigor em Gaza desde 10 de outubro, o Hamas libertou os 20 reféns que permaneciam em cativeiro e 25 dos 28 reféns mortos. "Esperamos receber todos os reféns falecidos sem demora", disse o primeiro-ministro israelita, de acordo com a EFE.
Netanyahu referiu que a entrega dos três corpos em falta levará a uma segunda fase do cessar-fogo, na qual se espera o começo do processo de desarmamento e desmilitarização para "pôr fim ao domínio do Hamas sobre Gaza".
Para o primeiro-ministro israelita, o plano vai propiciar também uma maior integração de Israel com os vizinhos árabes e ampliar os chamados Acordos de Abraão de restabelecimento de relações com esses países.
"Israel estende a mão em paz e prosperidade a todos os vizinhos e pede-lhes que normalizem as relações com Israel e se juntem a nós para expulsar o Hamas e os seus partidários da região", acrescentou.
O plano prevê também a retirada das forças israelitas, matéria sobre a qual Netanyahu não se pronunciou na mensagem divulgada nas redes sociais.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano em Ramallah considerou que o voto em Nova Iorque afirmou o "direito do povo palestiniano à autodeterminação e ao estabelecimento do seu Estado independente".
Significou também a necessidade da entrada da ajuda humanitária em Gaza sem entraves, disse o ministério da Autoridade Palestiniana, segundo a AFP.
A diplomacia palestiniana pediu que a resolução do Conselho de Segurança seja posta em prática no terreno com toda a urgência.
Trata-se de "assegurar o regresso a uma vida normal, proteger a nossa população na Faixa de Gaza, impedir qualquer deslocamento, garantir a retirada completa das forças de ocupação, permitir a reconstrução, travar a contestação da solução de dois Estados e prevenir qualquer anexação", afirmou.
