As lojas na Irlanda, bem como as escolas de Hamburgo, na Alemanha, estão a ser aconselhadas a deixar de vender e utilizar os autotestes da empresa "Genrui Biotech", após centenas pessoas se terem queixado que os testes daquela marca tinham dado falsos positivos. A marca também é comercializada em Portugal.
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O pedido foi feito pela Autoridade Reguladora dos Produtos de Saúde (HPRA) da Irlanda e também pela Autoridade de Hamburgo para as Escolas e o Ensino e Formação Profissional (BSB), segundo a "Euronews".
"Os testes rápidos da marca "Genrui" dão frequentemente positivo para a infeção por covid-19, resultado esse que é desmentido por um teste PCR", escreveu a Autoridade de Hamburgo no seu site.
"Este elevado número de falsos positivos perturba a comunidade escolar e leva a um grande número de reações das escolas e dos pais. Por isso, a autoridade de saúde aconselha a comunidade escolar de Hamburgo a comprar novos testes até ao início de 2022".
Numa declaração, a HPRA admitiu que em todos os testes rápidos há a possibilidade do resultado ser um falso negativo ou um falso positivo. No entanto "o aumento exponencial de falsos positivos relacionados com os autotestes da marca "Genrui" justifica a retirada preventiva destes testes do mercado, enquanto o assunto é investigado". Estes estão esgotados em várias lojas na Irlanda, onde mais de 550 de pessoas já se queixaram que os resultados dos testes "Genrui" foram falsos positivos.
A "Genrui Biotech" admite que os autotestes têm as suas limitações e por isso não podem ser utilizados como forma singular de diagnóstico da covid-19. Além disso, a empresa afirma que a precisão e a fiabilidade dos resultados dependem de diferentes fatores, tais como: a amostra utilizada, o tempo de interpretação dos resultados e a temperatura do ambiente.
Por isso, a "Genrui" aconselha os utilizadores a seguirem "de forma rigorosa" as instruções de utilização, para reduzir a margem de erro dos resultados. No entanto, um porta-voz da empresa já disse à "Euronews" que estão a investigar as queixas.
Os autotestes da marca foram autorizados na Alemanha, França, Portugal, República Checa e Áustria no dia 10 de abril do ano passado e em agosto conseguiram o certificação da Comissão Europeia (CE).
Os autotestes fabricados na China também são vendidos em Portugal.
A qualidade autotestes
Todos os autotestes comercializados na União Europeia (UE) têm o selo da Comissão Europeia (CE), que desta forma certifica que todas as marcas cumprem as normas exigidas pela UE.
Numa pesquisa publicada em novembro, pelo Instituto Paul Ehrlich, sobre a sensibilidade dos 122 testes de antigénios com certificado CE, a "Genrui" foi um dos 96 fabricantes de autotestes que passaram nos critérios de sensibilidade do estudo. Enquanto 26 fabricantes não passaram no teste de sensibilidade.
A Autoridade dos Produtos de Saúde da Irlanda garantiu que vai continuar a colaborar com a "Genrui" para investigar o assunto, e revelou ainda que está em contacto com outras autoridades europeias por causa desta onda de falsos positivos dos autotestes.