Os asiáticos detidos pelo serviço de segurança russo iam atacar simultaneamente em vários espaços públicos de Moscovo e São Petersburgo, à semelhança do que aconteceu no atentado que há um ano matou 137 pessoas em Paris.
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O Serviço Federal de Segurança (FSB) anunciou, este sábado, ter detido dez nacionais de países da Ásia central ligados ao autoproclamado Estado Islâmico (EI), que planeavam "uma série de atos terroristas e de sabotagem em Moscovo e em São Petersburgo".
Segundo o site institucional de São Petersburgo, "Fontanka.ru", os suspeitos detidos nesta cidade estariam a planear ataques contra dois grandes centros comerciais.
O jornal governamental Rossiiskaya Gazeta informou mais tarde, citando fontes dos serviços de segurança, que os suspeitos "planeavam ataques terroristas semelhantes ao cenário de Paris".
"Muitos edifícios deveriam explodir simultaneamente em lugares muito frequentados. No mesmo momento, em vários bairros da cidade, alguns terroristas (...) deveriam abrir fogo contra a multidão com armas automáticas", escreve o jornal.
O Rossiiskaya Gazeta acrescenta que as pessoas detidas formavam "um grupo terrorista profissional".
Segundo o FSB, a operação resultou na apreensão de quatro bombas artesanais, armas de fogo, detonadores, munições e material de comunicação.
A operação foi realizada conjuntamente com as forças de segurança do Tajiquistão e do Quirguistão, duas ex-repúblicas soviéticas da Ásia central de maioria muçulmana, segundo o FSB.
Os detidos admitiram ter estado em contacto com os chefes do autodenominado Estado Islâmico no Médio Oriente, acrescentou.
Segundo as autoridades do Tajiquistão e do Quirguistão, mil tajiques e cerca de 500 quirguizes combatem nas fileiras do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
O anúncio da detenção surge numa altura em que a Rússia tem em curso, há pouco mais de um ano, uma campanha de bombardeamentos aéreos na Síria, em apoio às forças do presidente Bashar al-Assad, que diz visar apenas islamitas, nomeadamente do EI.
Pertencer a uma organização terrorista é punível na Rússia com uma pena de até 20 anos de cadeia, enquanto a liderança de um grupo destes tem como pena uma sentença vitalícia.