Israel reconheceu, esta quarta-feira, as dificuldades do Exército em atuar no terreno na nova operação em larga escala para tomar a cidade de Gaza sem colocar em risco a vida de quem continua sob cativeiro do Hamas.
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O coordenador principal israelita para o regresso dos reféns em Gaza, Gal Hirsch, afirmou que se não fosse por essa situação, a operação no enclave palestiniano podia decorrer "muito mais rapidamente".
Hirsch salientou que o Exército está constantemente a desenvolver novas formas de evitar que os reféns possam sair prejudicados durante as operações militares, mas admitiu que "estão em perigo".
"Estão numa zona de combate, num local perigoso, nas mãos de raptores perigosos", disse Hirsch, numa intervenção na Universidade Reichman, em Telavive, sublinhando que "a responsabilidade de fazer tudo o possível para trazer de novo os reféns" recai sobre Israel.
Hirsch insistiu ainda "no fracasso" das negociações, mas atribuiu todas as culpas ao movimento extremista palestiniano Hamas, acusando os líderes do movimento de terem boicotado todo o processo, noticiou o jornal The Times of Israel.
O responsável israelita lamentou igualmente que "a propaganda" do Hamas esteja a ganhar cada vez mais espaço na sociedade israelita, em particular entre as famílias de reféns do grupo palestiniano, o que, disse, tem prejudicado os esforços das autoridades para os resgatar.
Hirsch concluiu a intervenção a pedir o apoio da comunidade internacional e advertiu que, se Israel for deixado sozinho, outros "grupos terroristas" poderão seguir o exemplo do Hamas.
A invasão da cidade de Gaza está em curso, quando se assinalam quase dois anos de guerra na Faixa de Gaza, na qual já morreram mais de 64 mil pessoas e mais de 160 mil ficaram feridas, sobretudo devido aos ataques israelitas, indicam números do Governo de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, no qual morreram 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Quarenta e sete reféns continuam detidos em Gaza, incluindo 25 que, segundo o Exército israelita, já terão morrido.