O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel respondeu às críticas do Brasil no conflito com os palestinianos na Faixa de Gaza classificando o país de "anão diplomático", divulgou, esta quinta-feira, a imprensa brasileira.
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"Essa é uma demonstração lamentável de porque o Brasil, um gigante económico e cultural, continua a ser um anão diplomático", disse, esta quinta-feira, o porta-voz do ministério israelita, Yigal Palmor, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, citando a entrevista ao jornal "The Jerusalem Post" daquele responsável .
"O relativismo moral por trás dessa atitude faz do Brasil um parceiro diplomático irrelevante, que cria problema ao invés de contribuir para solucioná-los", sublinhou Palmor.
Na quarta-feira, num comunicado de imprensa, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que o Governo brasileiro considerava "inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina".
"Condenamos energicamente o uso desproporcionado da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças", lê-se no comunicado.
"O Governo brasileiro reitera o apelo a um imediato cessar-fogo entre as partes", acrescentava-se na nota, salientando-se que "diante da gravidade da situação", Brasília votou favoravelmente a resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o tema, adotada quarta-feira, com os votos de 29 nações.
Noutra nota, a Confederação Israelita do Brasil (CIB) disse que o comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Brasil evidenciava "a abordagem unilateral do conflito na Faixa de Gaza, ao criticar Israel e ignorar as ações do grupo terrorista Hamas".
"Assim como o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores), esperamos um cessar-fogo imediato. No entanto, a lamentável nota divulgada pela chancelaria exime o grupo terrorista Hamas de responsabilidade no cenário atual", referiu a confederação.
"Não há uma palavra sequer sobre os milhares de foguetes lançados contra solo israelense ou as seguidas negativas do Hamas em aceitar um cessar-fogo", afirmou ainda a nota da CIB.
Israelitas e palestinos acusaram-se, na quarta-feira, de crimes de guerra durante uma reunião extraordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, com ambas as partes a alegarem ter agido dentro das leis internacionais durante a escalada de violência.
Desde o início da ofensiva militar israelita contra o Hamas, que começou no dia 8 de julho, mais de 750 palestinianos já morreram, com as baixas de Israel a serem contabilizadas em 35 pessoas.
Os feridos, a maioria civis palestinianos, são já mais de 4600.