Israel e Hamas aceitaram hoje um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns, indicaram fontes próximas das negociações às agências noticiosas France-Presse (AFP) e Associated Press (AP), que citam mediadores.
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Explicador: O que diz a proposta de cessar-fogo para Gaza?
O Qatar, principal mediador com os Estados Unidos e o Egito, disse na terça-feira que as negociações estavam "na fase final" e que os "principais problemas" haviam sido resolvidos, estando o acordo para "muito em breve".
O acordo prevê a libertação de 33 reféns durante a primeira fase, em troca de mil palestinianos detidos por Israel. Os reféns serão libertados "em grupos, começando pelas crianças e mulheres". O Governo israelita confirmou na terça-feira a libertação desse número de reféns e disse que estava preparado para libertar "centenas" de prisioneiros palestinianos.
As negociações para a segunda fase do acordo deverão começar no 16.º dia após o início da primeira fase.
Esta segunda fase dirá respeito à libertação dos últimos reféns, “que são soldados e homens em idade de serem mobilizados”, bem como ao regresso dos corpos dos raptados que morreram, segundo o jornal "Times of Israel".
Segundo os meios de comunicação israelitas, Israel poderá manter uma "zona tampão" de norte a sul da Faixa de Gaza durante a primeira fase.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, propôs na terça-feira o envio de uma força de segurança internacional para Gaza e a transferência do território sob a responsabilidade da ONU. Referiu ainda que a Autoridade Palestiniana, que tem autoridade administrativa parcial na Cisjordânia ocupada, deverá no futuro retomar o controlo de Gaza.
Das 251 pessoas raptadas pelo Hamas e aliados no ataque de 7 de outubro de 2023 a Israel, 94 continuam reféns em Gaza, 34 das quais estão mortas, segundo o exército israelita.
O ataque resultou na morte de 1.210 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com um levantamento da France Presse baseada em dados oficiais.
Pelo menos 46.707 pessoas, a maioria civis, foram mortas na campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pelas Nações Unidas.