Israel advertiu esta quarta-feira que haverá uma resposta a Bruxelas se forem aprovadas as medidas hoje anunciadas pela Comissão Europeia para retirar benefícios comerciais ao país e sancionar dois dos seus ministros mais radicais.
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"Israel continuará a lutar, com a ajuda dos seus amigos na Europa, contra as tentativas de o prejudicar enquanto está imerso numa guerra existencial. As medidas contra Israel terão respostas em conformidade, e esperamos não ter de recorrer a elas", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, numa mensagem publicada na sua conta da rede social X.
Saar classificou também como "moral e politicamente distorcidas as recomendações da Comissão liderada pela presidente Von der Leyen", e disse confiar que "não serão adotadas, como ocorreu até agora".
"As ações contra Israel prejudicarão os interesses da própria Europa", acrescentou.
A proposta da Comissão Europeia surge depois de a respetiva presidente, Ursula von der Leyen, ter anunciado, durante o debate anual sobre o estado da União Europeia (UE), na semana passada, medidas para suspender determinadas disposições comerciais do acordo de associação com Israel, sancionar ministros e colonos israelitas extremistas e membros do movimento islamita palestiniano Hamas e reduzir o apoio bilateral a Israel.
Se for aprovada esta proposta - que deve ter o apoio de pelo menos uma maioria qualificada dos países da UE (55% dos Estados-membros, ou seja, 15 países que representam pelo menos 65% da população da UE) - serão suspensas as vantagens nas tarifas aduaneiras que atualmente incidem sobre 37% do comércio entre a UE e Israel, explicaram fontes do bloco comunitário europeu, que estimaram em cerca de 5,8 mil milhões de euros o valor das mercadorias afetadas.
Estas medidas da UE surgem após um relatório de uma comissão especializada da ONU ter na terça-feira confirmado que a guerra que Israel trava desde 7 outubro de 2023 na Faixa de Gaza, em retaliação contra um ataque terrorista do Hamas em território israelita ocorrido no mesmo dia, constitui um genocídio.