O militar lusodescendente Jack Teixeira, suspeito de divulgar arquivos confidenciais da Força Aérea dos Estados Unidos, foi advertido, repetidamente, sobre o manuseio de informações confidenciais, alegam os procuradores. Um juiz decidirá, em breve, se ele deve permanecer detido até o julgamento e deverá ouvir os argumentos de Teixeira esta sexta-feira.
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O jovem de 21 anos está sob custódia desde que o FBI o prendeu a 14 de abril, acusado de transmissão não autorizada e retenção de materiais, depois de dezenas de arquivos classificados aparecerem na aplicativo de voz online Discord. Eles incluíam informações confidenciais sobre os aliados dos EUA e a guerra na Ucrânia.
No processo judicial, os procuradores dos EUA argumentaram que Jack Teixeira deveria permanecer detido pelo seu "desrespeito intencional" pela proteção de informações. Alegadamente, Jack Teixeira terá divulgado arquivos confidenciais, mesmo depois de ter sido advertido pelos seus superiores, em duas ocasiões distintas, no ano passado.
A ação judicial dos procuradores do Departamento de Justiça alegou que os superiores hierárquicos de Teixeira sinalizaram "ações relativas" sobre o manuseio de informações classificadas pelo militar, revelando um episódio em que foi visto a fazer anotações, colocando-as no bolso. Os superiores pediram-lhe que parasse de tomar notas sobre informações classificadas, disseram os advogados.
Um mês depois, os seus superiores terão descoberto que ele estava "potencialmente a ignorar a ordem de cessar e de investigar sobre informações confidenciais", depois de ter feito "perguntas muito específicas" sobre o que foi discutido numa reunião confidencial. Segundo o processo judicial pediram-lhe que parasse e deram ordem para "se concentrar no seu trabalho".
Em fevereiro de 2023, depois de ser visto a manusear informação confidencial sobre temas que "não estavam relacionadas com o seu dever principal", os supervisores do Sr. Teixeira foram notificados, de acordo com um documento do tribunal. Não ficando claro se ele recebeu alguma sanção disciplinar.
Os procuradores argumentaram que Teixeira não deveria ser libertado sob fiança, porque representa uma ameaça à segurança nacional, enquanto os advogados de defesa argumentam que ele deveria ser libertado com restrições.
Os procuradores afirmam que o militar se gabou, online, sobre a violação das regras sobre informações classificadas. Acrescentando que ele reconheceu, em dezembro,"que estava a infringir uma tonelada de UD regs", uma referência à divulgação não autorizada. Mas disse não se importar "com o que eles dizem que posso ou não compartilhar".
Os promotores alegam que estas declarações deixam claro que Teixeira "simplesmente não se importava" com o que o Governo dos EUA, ou os seus superiores lhe diziam e que também não seguiria as ordens do tribunal.
Por sua vez, o advogado de defesa do militar disse que ele deveria ser libertado, para ficar em sua casa na presença da família, pessoal da Força Aérea ou advogados.
E negou que o seu cliente representasse um sério risco de fuga e disse que as sugestões dos procuradores de que adversários estrangeiros tentariam tirar vantagem da libertação de Teixeira estavam enraizadas em "especulação".