
João Lourenço votou às 8 horas
LUSA
O candidato do MPLA que se recandidata a um novo mandato como presidente da Republica, João Lourenço, votou esta quarta-feira às 8 horas apelando aos eleitores a que exerçam o seu direito de voto.
"Acabámos de exercer o nosso direito de voto, é rápido e é simples", disse João Lourenço, exibindo o dedo indicador com tinta indelével e convidando os cidadãos eleitores a fazerem o mesmo.
No meio de uma enorme confusão de jornalistas que envolveram João Lourenço para registar o momento, o candidato do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) salientou que todos saem a ganhar: "é a democracia que ganha, é Angola que ganha", declarou.
A assembleia de voto n.º 105 foi pequena para as dezenas de jornalistas, eleitores e observadores internacionais que se acumularam no local e onde estiveram também o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira da Silva, o ministro de Estado e da Casa Civil, Adão de Almeida, a governadora de Luanda, Ana Paula Carvalho, entre outras individualidades.
Adalberto Costa Júnior critica processo
O líder da UNITA apelou ao voto dos angolanos nas eleições gerais desta quarta-feira, mas criticou os procedimentos eleitorais, dando o exemplo da sua mesa de voto em que os cadernos de eleitores não foram distribuídos aos fiscais.
A votar no bairro 28 de Agosto, em Luanda, um bairro de casas antigas e chão de terra, Adalberto Costa Júnior disse esperar que "os votos sejam todos contados" nas eleições em que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o principal partido da oposição, tenta destronar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder).
"Fiz a minha atualização" do registo eleitoral e "percebi que fui deslocado para outro local", mas "fiquei satisfeito e votei no meio do meu povo e constatei que a votação está a ser feita sem cadernos eleitorais aos fiscais, apenas um caderno eleitoral na mesa", afirmou aos jornalistas Adalberto Costa Júnior, instantes depois de votar na Escola Estrela da Manhã, na zona do Kilamba. "Ainda assim eu faço um apelo a todos os angolanos: vamos todos ao voto. Hoje é um dia histórico é um dia em que eu espero que todos votem em ambiente de absoluta tranquilidade e no respeito das leis", afirmou Costa Júnior.
O candidato da UNITA disse esperar que seja possível "cumprir com a festa que são as eleições" e que "os votos sejam todos, mas todos respeitados".
Candidato do PRS votou com "sentimento de alegria"
O candidato do Partido de Renovação Social (PRS) a presidente da República de Angola, Benedito Daniel, votou às 9 horas locais, e manifestou "sentimento de alegria e de dever cumprido", exortando à afixação das atas sínteses nas assembleias.
"O sentimento é de alegria, é um dever cumprido e hoje é dia de festa, tínhamos de votar, viemos e exercemos o nosso direito de voto e esperamos que os cidadãos também possam exercer o seu direito de voto", afirmou o líder do PRS, após exercer o seu direito de voto na assembleia 1.377, no Instituto Superior Politécnico do Bita, em Luanda.
Benedito Daniel disse também esperar que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) possa corresponder às expectativas dos eleitores. "Pode haver esta ou aquela questão, mas esperamos que se possa afixar nas assembleias de voto as atas sínteses que revelam os resultados efetivos da votação", exortou o candidato dos renovadores sociais.
Líder da CASA-CE manifesta confiança em "resultados positivos"
O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Manuel Fernandes, manifestou, depois de votar, "plena confiança" no resultado eleitoral do atual terceiro partido com mais assentos no parlamento angolano.
"Temos a plena certeza de que, depois de uma profunda reflexão, e olhando as várias propostas de programa de Governo, sem sombra de dúvida, a CASA-CE vai ter resultados positivos", afirmou Fernandes, que votou esta manhã no Bairro Militar, em Talatona, perto da capital angolana.
Líder do PHA critica país "completamente desumanizado"
A líder do Partido Humanista de Angola (PHA), única candidata à Presidente de Angola, Florbela Malaquias, manifestou um "sentimento de realização" após votar e reiterou a promessa de humanizar Angola "que se encontra completamente desumanizado em todos os sentidos". "É muito importante (o meu voto) e sobretudo nesta arrancada para a humanização de Angola dar este passo é fundamental, é o sentimento de realização pessoal e coletiva, tanto minha, do partido como a do cidadão", disse Florbela Malaquias, que votou no bairro do Maculusso, distrito urbano da Ingombota, em Luanda.
Em declarações à saída da assembleia, onde exerceu o seu direito de voto, a presidente dos humanistas reafirmou que "vai humanizar Angola" em caso de vitória, nestas quintas eleições gerais angolanas. "Podem esperar [os angolanos] pela humanização do país completamente desumanizado em todos os sentidos, no sentido material, espiritual, moral e então estou convicta de que todos juntos podemos construir uma sociabilidade mais razoável, mais normal, porque vivemos num modo anormal", salientou.
As quintas eleições gerais em Angola perpetuam a disputa entre os dois principais partidos do país, o MPLA (Governo) e a UNITA (oposição), que tentam conquistar a maioria dos 220 lugares da Assembleia Nacional.
João Lourenço, atual presidente, tenta um segundo mandato e tem como principal adversário Adalberto Costa Júnior.
No total, concorrem oito formações políticas que tentam conquistar o voto dos 14,4 milhões de eleitores. As cerca de 13 mil assembleias de voto no país e diáspora vão estar abertas entre as 7 horas e as 17 horas (mesma hora em Lisboa).
O processo eleitoral, que tem cerca de 1300 observadores nacionais e internacionais, tem sido criticado pela oposição, considerando-o pouco transparente.
