Jose Padilla, norte-americano condenado por ligações à al-Qaeda, apresentou ao Supremo Tribunal uma queixa contra atuais e antigos membros da Administração americana por alegadas torturas a que diz ter sido submetido.
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Em janeiro, um tribunal de recurso americano rejeitou a mesma queixa e declarou "imunidade" para os responsáveis do Governo, entre os quais o antigo e o atual secretário da Defesa Donald Rumsfeld e Leon Panetta, respetivamente.
A União para a Defesa dos Direitos Civis (ACLU) e a mãe de Jose Padilla, Estela Lebron, apresentaram agora junto do Supremo Tribunal a mesma ação em nome de Padilla, detido numa prisão de alta segurança no Colorado, depois de ter sido condenado por ligações à al-Qaeda.
"Se a decisão do tribunal de recurso for confirmada, os responsáveis do Governo terão um cheque em branco para perpetrarem quaisquer abusos em nome da segurança nacional, mesmo a tortura brutal de um cidadão americano numa prisão americana", declarou o advogado da ACLU, Ben Wizner.
A ACLU alega que este norte-americano de ascendência porto-riquenha, considerado como um dos símbolos dos excessos da "guerra contra o terrorismo", esteve detido sem qualquer acusação durante mais de quatro anos, submetido a "abusos" e privado do contacto com a família e os advogados durante dois anos.
No final dos anos 90, Jose Padilla foi estudar para o Egito, onde se casou e teve dois filhos, antes de partir para o Afeganistão. Este norte-americano foi detido no regresso aos Estados Unidos, em maio de 2002, e declarado como "combatente inimigo". O Governo norte-americano afirmou depois que Padilla estaria a planear atentados contra os EUA.