Josef Fritzl, o homem condenado a prisão perpétua por ter mantido a filha em cativeiro durante 24 anos, na Áustria, pode vir a ser libertado em breve. Aos 90 anos, um polémico relatório diz que sofre de demência, levando a sua advogada de defesa a pedir a libertação por este ser agora considerado "inofensivo".
Corpo do artigo
"Não teria medo de ir viver com ele", garante Astrid Wagner, a advogada, remetendo a avaliação psicológica constante de um relatório de 28 páginas para pedir a libertação de Fritzl, condenado a prosão eprpétua em 2009, depois de admitir ter mantado a filha em cativeiro durante 24 anos, tendo-a usado como escrava sexual.
"O monstro de Amstetten", como ficou conhecido quando o caso chocou a Áustria e o resto do Mundo, viverá isolado na cadeia, tendo como único amigo de prisão um homicida canibal, que desmembrou uma prostituta húngara para fazer goulash, afirmou a advigada de Fritzl.
Ao jornal austríaco "Kronen Zeitung", Astrid Wagner diz que está a trabalhar num pedido de libertação condicional de Fritzl.
Escreveu livro na prisão
A filha de Fritzl, Elisabeth, desapareceu em 1984 aos 18 anos. Só foi encontrada 24 anos depois, em 26 de abril de 2008, num porão secreto que o pai construiu sob a casa da família em Amstetten. Os abusos durante mais de duas décadas resultaram no nascimento de sete crianças, três das quais ficaram em cativeiro com Elisabeth. Um morreu às mãos de Fritzl e os outros três foram criados pelo sequestrador e pela mulher.
Na cadeia, Josef Fritzl escreveu um livro, intitulado "The Abysses of Josef F" ["Os Abismos de Josef F", em tradução livre] com a sua advogada, Astrid Wagner. Numa entrevista ao jornal alemão "Bild", Wagner disse que foi abordada por Fritzl, pedindo-lhe que o ajudasse a publicar as suas memórias. "Eu concordei. Ele enviou-me o manuscrito e eu editei-o", contou.
A advogada afirmou na altura da divulgação do livri que Fritzl, como muitos criminosos, "não conseguiu reconhecer a dimensão do seu crime" e o livro serviu para "tentar lidar com a culpa" e "explicar por que se desviou a tal ponto".