Jovens russas condenadas a cinco anos de prisão por envio de dinheiro ao Estado Islâmico
Duas raparigas russas foram condenadas, esta terça-feira, a mais de cinco anos de prisão por terem enviado dinheiro ao grupo jiadista Estado Islâmico.
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Saïda Khalikova, de 24 anos, e Elena Archakhanova, cuja idade não foi indicada, foram condenadas pelo tribunal militar da região de Moscovo a cinco anos e seis meses e a cinco anos e três meses de prisão, respetivamente, disse a porta-voz daquela instância judicial, Irina Jirnova, citada pela agência de notícias francesa AFP.
As duas jovens foram consideradas culpadas de terem "transferido dinheiro para terroristas" do Estado Islâmico (EI), afirmou a porta-voz, sem precisar o montante em causa.
Segundo os investigadores, as raparigas vendiam objetos que elas próprias produziam em casa e depois transferiam o dinheiro assim obtido para a organização terrorista, explicou Irina Jirnova, acrescentando que ambas se declararam culpadas.
Saïda Khalikova, oriunda do Daguestão, república do instável Cáucaso russo cuja população é maioritariamente muçulmana, foi acusada pelos investigadores de ter transferido 43 mil rublos (545 euros) para o grupo extremista Estado Islâmico, informou o movimento da oposição russa Open Russia, que divulgou no seu site da internet uma carta da mãe da rapariga dirigida ao Presidente russo, Vladimir Putin.
Raziyat Isabekova, a mãe de Saïda, defende que a filha, segundo ela em prisão preventiva desde dezembro de 2014, foi "obrigada a assinar confissões" e pede ao chefe de Estado russo que a "salve" e dê ordens para que seja libertada.
O advogado da jovem, Sabir Agaïev, citado num comunicado da Open Russia, garante que ela transferiu dinheiro para uma amiga, sem saber que ela o encaminharia em seguida para o EI.
Cerca de 2.900 cidadãos russos combatem nas fileiras do EI na Síria e no Iraque, de acordo com os serviços secretos russos.
A Rússia iniciou a 30 de setembro ataques aéreos na Síria. Moscovo diz visar apenas os grupos terroristas jihadistas, entre os quais o EI, ao passo que o Ocidente a acusa de bombardear igualmente os opositores não-jiadistas ao Presidente sírio, Bashar al-Assad.