A mãe de uma jovem vítima dos atentados em Bruxelas é juíza. Em nome do humanismo do filho, não deseja vingança, espera apenas que os órgãos salvem vidas.
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Léopold Hecht tinha 20 anos. Foi apanhado pela morte no metro de Bruxelas. Em nome dos valores que se lhe conheciam, e reconheciam, os pais decidiram doar os órgãos do filho.
"Esperemos que os seus órgãos salvam vidas ou ajudem outras pessoas", disse a mãe de Léopold Hecht, citada na imprensa belga.
A decisão de doar os órgãos não foi de Léopold. Estudante, verdes 20 anos, humanista, amante da vida, dizem os amigos, não imaginaria a morte tão perto. Tampouco pensaria no assunto.
"Na noite de quarta-feira", a família decidiu por ele. "Após muita conversa em família, tomámos a decisão que ele apoiaria, mesmo que não se tenha exprimido nesse sentido", disse a mãe de Léopold.
Doar os órgãos para que outras vidas possam ser salvas "é algo que representa os valores que defendia", acrescentou.
Magistrada em Bruxelas, falou do filho como "um humanista, que acreditava que só as palavras podem fazer face ao obscurantismo".
À luz dessa bondade de espírito, diz que "não guarda rancor e não quer mal a ninguém". Vingança não faz parte do léxico da família de Léopold.
Estudante do segundo ano de direito, Léopold foi lembrado pelo reitor da Universidade de Saint-Louis, em Bruxelas. "Não há palavras para descrever nossa consternação. Todos os nossos pensamentos estão com a família e entes queridos", escreveu Pierre Jadoul no Facebook da instituição.
Léopold foi também recordado pelo antigo colégio, o Saint-Michel, que expressa "a profunda tristeza" pela morte do jovem.
A Associação de Jovens Empresários recordou Léopold, "expressando dor e cólera" pela morte "terrivelmente injusta" do jovem, que além de estudante era ator e empreendedor.