O fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, criticou a decisão da justiça dos Estados Unidos de condenar o soldado Bradley Manning por ter divulgado documentos confidenciais e considerou-o "um herói".
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Em declarações difundidas a partir da embaixada do Equador em Londres, onde Julian Assange está refugiado há um ano, o fundador do portal que difundiu informações classificadas sobre a atuação dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão qualificou a condenação de Bradley Manning como um "precedente perigoso" e revelador do "extremismo da Administração Obama".
Garantindo que o WikiLeaks não descansará até que Bradley Manning "seja libertado", o jornalista australiano disse esperar que o soldado recorra da sentença e afirmou que a única vítima do caso foi o "orgulho ferido" dos Estados Unidos.
"Este nunca foi um julgamento justo", declarou a vários órgãos de comunicação social, congratulando-se, apesar de tudo, com o abandono da acusação de "conluio com o inimigo", que poderia resultar na condenação à morte de Bradley Manning.
Acusado de partilhar vários milhares de documentos confidenciais com o portal WikiLeaks, o soldado de 25 anos foi hoje considerado culpado, pela justiça militar dos Estados Unidos, de violar a Lei de Espionagem, criada em 1917 para julgar espiões e traidores.
A sentença será conhecida nos próximos dias, mas Bradley Manning incorre numa pena de 136 anos de prisão.
Julian Assange está refugiado na embaixada do Equador na capital britânica para evitar a extradição para a Suécia, que o acusa de crimes de agressão sexual, dizendo temer uma posterior extradição para os Estados Unidos, país sobre o qual divulgou milhares de informações confidenciais.
O Equador concedeu asilo político a Assange, mas este não pode abandonar a embaixada, sob risco de ser imediatamente detido pelas autoridades britânicas, pois o seu pedido de salvo conduto para viajar de Londres até Quito foi recusado.