Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, recebeu na conta bancária, entre 2005 e 2021, milhares de euros, sendo que a maior parte do dinheiro não tem origem identificada. O Ministério Público investiga a possibilidade de o chefe de gabinete do político ter recebido depósitos de outros funcionários, posteriormente usados para pagar as despesas pessoais do filho do ex-presidente.
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De acordo com as informações que constam no processo que está a ser levado a cabo pelo Ministério Público, foram detetadas movimentações financeiras no gabinete de Carlos Bolsonaro que podem indiciar apropriação indevida de verbas estaduais. A Justiça suspeita que o chefe de gabinete do vereador recebia elevadas quantias de dinheiro de outros funcionários, que depois eram usadas para financiar despesas privadas do filho do antigo líder brasileiro.
Segundo a investigação, seis funcionários nomeados por Carlos Bolsonaro terão realizado 688 depósitos na conta bancária do chefe de gabinete. Uma das transferências, na qual não consta a identificação do depositante, foi realizada uma semana antes do filho do ex-presidente brasileiro adquirir um imóvel em Copacabana, zona Sul do Rio de Janeiro.
A investigação a Carlos Bolsonaro, que ainda está a decorrer, foi aberta após o jornal "Folha de S. Paulo" ter revelado, em 2019, a existência de uma "funcionária fantasma"no gabinete do vereador.
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Carlos Bolsonaro, informa a CNN Brasil, recebeu, ao longo de mais de 15 anos, 2,014 milhões de reais (cerca de 370 mil euros).
A defesa de Carlos Bolsonaro esclarece "que é preciso apurar se ocorreu, mais uma vez, o lamentável vazamento de possíveis documentos e informações que estão sob sigilo determinado pelo Poder Judiciário". Os advogados frisam ainda que "aparentemente, a matéria divulga, de forma seletiva, algumas informações sigilosas com o nítido intuito de promover ataques ao vereador".
"A defesa reitera que o vereador Carlos Bolsonaro está totalmente à disposição para prestar esclarecimentos e fornecer qualquer tipo de informação ao Ministério Público", acrescentam, em comunicado, os representantes do político.
Esta não é a primeira vez que um dos filhos de Jair Bolsonaro é suspeito de estar envolvido num esquema de corrupção. Flávio, o primogénito do ex-presidente brasileiro que atualmente é senador, foi acusado de lavagem de dinheiro quando ainda era deputado.