O ex-dirigente líbio, Muammar Kadafi, vendeu mais de 20% das reservas em ouro do país durante os últimos dias do regime, anunciou, esta quinta-feira, o Governador do banco central líbio, Qassem Azzoz.
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Muammar Kadafi vendeu mais de 20% das reservas de ouro durante os últimos dias do regime, que caiu a 23 de Agosto com a entrada das tropas anti-Kadafi na residência do ex-líder, indicou o governador, precisando que o montante total dos bens do Banco Central é de 115 mil milhões de dólares, dos quais 90 mil milhões estão no estrangeiro.
Entretanto, soube-se que o Níger ainda está a ponderar se dará asilo a Muammar Kadafi ou se entregará o coronel líbio ao Tribunal Penal Internacional se aquele escolher o país para se refugiar, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Numa entrevista à BBC, Mohamed Bazoum explicou que essa decisão será tomada mais tarde.
Tem havido especulação sobre a possibilidade de Kadafi poder procurar refúgio no Níger depois de muitos aliados do regime líbio terem ali chegado nos últimos dias, entre os quais membros do Governo do coronel líbio, confirmou Bazoum.
O responsável garantiu que Kadafi e o seu filho não se encontram no Níger, ao contrário do que estava a ser veiculado por alguns órgãos de comunicação social.
"Não há notícias sobre Kadafi no Níger, não temos notícias dele, não é verdade que ele tenha tentado entrar no Níger ou que tenha entrado", afirmou.
Quanto aos aliados de Kadafi, Baoum salientou que o Níger "disse-lhes que os aceitava no seu território por razões humanitárias, mas que têm de respeitar a lei internacional" e que o país "não tem meios de fechar a sua fronteira" com a Líbia por ser "demasiado grande".
De acordo com aquele ministro nigerino, pelo menos três veículos e cerca de 20 líbios entraram no Níger e nenhum deles era filho de Kadafi.
Mark Doyle, correspondente da BBC em Niamei, disse que o Níger reconheceu o Conselho Nacional de Transição, dos rebeldes, mas o governo local "sente que não pode abandonar por completo Kadafi, homem com quem teve um longo relacionamento".
A rebelião pediu ao Níger para não acolher Kadafi.
O país reconhece o Tribunal Penal Internacional, que emitiu um mandado de captura contra Kadhafi, o seu filho Saif al-Islam e o antigo chefe dos serviços secretos do regime Abdullah Sanussi.