O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou esta segunda-feira que seria uma irresponsabilidade não ajudar os curdos sírios que combatem o movimento Estado Islâmico em Kobane, cidade na fronteira com a Turquia.
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"Seria irresponsável da nossa parte, e ao mesmo tempo moralmente muito difícil, virar as costas a uma comunidade que combate o Estado Islâmico do Iraque e do Levante - EIIL (outra designação do EI)", disse Kerry, durante uma visita a Jacarta, na Indonésia.
Kerry falava após os primeiros carregamentos de armas lançados pelos Estados Unidos da América naquela zona.
As armas foram lançadas ao amanhecer, juntamente com munições e material médico, por três aviões de carga C-130.
"É um momento de crise, uma emergência", sublinhou Kerry, durante um encontro com o seu homólogo filipino, Albert del Rosario, insistindo que tal manobra "não é uma mudança de política" por parte dos Estados Unidos.
O chefe da diplomacia norte-americana referiu igualmente que Washington compreende os desafios que a Turquia enfrenta face aos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, força separatista considerada por Ancara como ilegal).
O exército norte-americano anunciou no domingo ter lançado, pela primeira vez, armas aos combatentes curdos que defendem a cidade de Kobane (norte da Síria), alvo de uma ofensiva dos 'jihadistas' do EI desde meados de setembro.
As armas foram lançadas por via aérea porque a Turquia se recusou a fornecer armas aos combatentes curdos sírios, por recear possíveis ligações com os rebeldes do PKK.
"Mas, temos vindo a desenvolver um esforço de coligação para enfraquecer e destruir o EIIL", disse Kerry.
"Claramente não queremos que Kobane se torne num exemplo horrível de falta de vontade por parte das pessoas que têm capacidade de ajudar aqueles que combatem o EIIL", concluiu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu, afirmou hoje que Ancara está a ajudar combatentes curdos do Iraque a juntarem-se às forças que combatem os 'jihadistas' do EI em Kobane.
"Estamos a ajudar as forças curdas 'peshmerga' a passar a fronteira para Kobane", disse o ministro, numa conferência de imprensa em Ancara com o homólogo tunisino Mongi Hamdi.
"Não queremos, de todo, ver Kobane cair" nas mãos dos 'jihadistas', acrescentou.
Os curdos têm pedido à comunidade internacional o envio de armamento, queixando-se de dispor apenas de armas ligeiras para enfrentar o armamento pesado e blindados de que dispõem os extremistas.