O provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets, acusou a Rússia de manter em regime de detenção pelo menos 20 mil civis ucranianos nos territórios que ocupa na Ucrânia ou na própria Federação Russa.
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"Penso que o número real é ainda muito maior", disse Dmytro Lubinets, explicando que o seu gabinete está a fazer tudo o que é possível para garantir a libertação destes civis, bem como do seu regresso ao território controlado por Kiev.
O provedor de Justiça lembrou ainda que a Ucrânia criou um registo de pessoas desaparecidas para centralizar toda a informação disponível sobre os civis detidos pela Rússia nos territórios ocupados.
Em janeiro passado, Dmytro Lubinets entregou ao seu homólogo russo uma lista com os nomes de mais de dois mil civis ucranianos idosos ou doentes que se encontram em cativeiro, sob alçada russa, para tentar encontrar soluções que permitam a sua libertação. O pedido continua sem resposta, garante.
Dmytro Lubinets pediu aos aliados internacionais para que exerçam pressão sobre a Rússia e procurem mecanismos que garantam a libertação dos civis detidos pelas forças russas.
O representante denunciou também que 86% dos prisioneiros de guerra ucranianos libertados afirmaram ter sido sujeitos a tortura física ou psicológica pelos seus captores, e lançou duras críticas à atuação do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em relação a esta situação.
O provedor ucraniano criticou o CICV pela sua alegada inação no cumprimento do seu mandato de garantir que os prisioneiros de guerra recebam tratamento adequado de acordo com as disposições da Convenção de Genebra.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).