A Ucrânia chegou a acordo com os credores internacionais sobre a restruturação da dívida, incluindo um perdão de 20%, o que permite ao país, segundo o governo, evitar a falência "tão esperada pelo inimigo".
Corpo do artigo
O acordo, em negociação há cinco meses, prevê ainda uma subida da taxa de juro da média atual de 7,2% para 7,75% e um prolongamento por quatro anos dos prazos de reembolso, segundo o Ministério das Finanças ucraniano.
"O acordo vai reduzir substancialmente o fardo da dívida", que ascende a 17,1 mil milhões de euros, afirmou o Ministério em comunicado.
O perdão de 20%, que corresponde a cerca de 3 mil milhões de euros, fica contudo aquém dos 40% pedidos pelo governo de Kiev, mas representa ainda assim um alívio importante para a economia ucraniana.
"O incumprimento de pagamentos tão esperado pelos nossos inimigos não aconteceu", afirmou o primeiro-ministro, Arseni Iatseniuk, na abertura do conselho de ministros.
O primeiro-ministro congratulou-se com as concessões obtidas pela ministra das Finanças, Natalie Jaresko, uma vez que ainda na semana passada quatro instituições financeiras detentoras de quase metade da dívida ucraniana limitavam um perdão a um máximo de 10%.
"Nenhum país que não se tenha declarado em incumprimento conseguiu condições assim", afirmou Iatseniuk.
O acordo alcançado não abrange a dívida da Ucrânia à Rússia, que tem a receber cerca de 2,6 mil milhões de euros até ao final do ano, mas Iatseniuk sublinhou que Moscovo "não vai ter condições melhores que os outros credores".