Kiev denunciou, esta terça-feira, a "inação" do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para ajudar os militares ucranianos detidos pelos russos e que ainda não foram visitados por representantes daquela organização humanitária.
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"Infelizmente, a cada troca, notamos que a inação do CICV levou os nossos prisioneiros de guerra e reféns civis a serem torturados diariamente pela fome, por eletrocussões", lamentou o responsável de direitos humanos ucraniano, Dmytro Loubinets, citado em comunicado.
De acordo com Loubinets, o CICV não está a cumprir a sua missão, que prevê a visita de militares e civis detidos em zonas de conflito.
O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriï Iermak, por sua vez, afirmou que "a Ucrânia espera e exige do CICV a determinação adequada para obter acesso aos prisioneiros ucranianos em Olenivka".
As condições sanitárias daquela prisão, localizada na parte ocupada pelos russos da região de Donetsk (leste), foram amplamente denunciadas pelas Nações Unidas, e Kiev pediu de forma intensiva que uma equipa do CICV fosse para o local.
"Não vemos que o CICV esteja a trabalhar para proteger os nossos prisioneiros", criticou hoje Iermak, denunciando a posição "destrutiva e cínica" da Rússia.
Na sexta-feira passada, o CICV, por seu lado, exigiu acesso "imediato e desimpedido" aos milhares de prisioneiros de guerra do conflito na Ucrânia, que ainda não puderam visitar.
O porta-voz do CICV, Ewan Watson, repetiu que as equipas do organismo "estão prontas no terreno" para ir à prisão de Olenivka.
No entanto, recusou-se a entrar em detalhes sobre se Kiev e Moscovo estavam a colaborar de formar mais ativa com a organização humanitária.
O CICV já conseguiu visitar "centenas de prisioneiros de guerra de ambos os lados", lembrou Watson, ressaltando também que a organização criou um sistema para informar as famílias.