Cerca de 60 mil toneladas de cereais destinados à exportação e armazenados do porto ucraniano de Tchornomorsk, perto de Odessa, foram destruídos nos ataques russos desta noite, afirmou o ministro da Agricultura ucraniano.
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"Será necessário pelo menos um ano para reparar integralmente as infraestruturas danificadas. No porto de Tchornomorsk, também foram destruídas 60 mil toneladas de cereais e que deveriam ter sido expedidas há 60 dias através do corredor cerealífero", anunciou Mykola Solsky em comunicado hoje divulgado na página digital do seu ministério.
"A infraestrutura cerealífera dos negociantes e transportadores internacionais foi a mais atingida", prosseguiu, considerando que "a segurança alimentar mundial está de novo em perigo" com os ataques alegadamente dirigidos às estruturas ucranianas relacionadas com a exportação de cereais.
A francesa CMA-CGM ou o grupo canadiano Viterra incluem-se entre as empresas cujas infraestruturas sofreram danos, segundo o ministro.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou hoje a Rússia de ter "atingido deliberadamente" nos ataques desta manhã os locais utilizados para a exportação de cereais ucranianos, três dias após a expiração de um acordo crucial sobre o tema.
O Kremlin anunciou na segunda-feira a recusa em prolongar o acordo cerealífero assinado em julho de 2022 sob a égide das Nações Unidas e da Turquia, que permitia o transporte seguro de produtos agrícolas ucranianos, apesar do conflito e do bloqueio de portos ucranianos pela marinha russa.
Moscovo justificou a decisão de suspender a sua participação pelo facto de não estarem a ser cumpridos diversos segmentos do acordo, em particular os entraves ao comércio dos seus cereais, fertilizantes e produtos alimentares russos.
A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.