As forças de Kiev e as milícias rebeldes pró-russas deverão fazer, este sábado, a troca de prisioneiros, tal como definido nos acordos de Minsk, assinados a 12 de fevereiro para pôr fim ao conflito na Ucrânia.
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"O intercambio será feito segundo listas previamente acordadas", disse à agência russa Interfax um porta-voz da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD).
Em causa estarão 110 soldados ucranianos capturados nas últimas semanas, segundo a agência de notícias espanhola EFE que se baseia em dados avançados pelas duas fações envolvidas.
Os acordos de Minsk, que entraram em vigor no passado domingo, preveem um cessar-fogo no conjunto da linha de conflito entre o exército ucraniano e os separatistas pró-russos, a retirada das armas pesadas e a libertação dos prisioneiros pelos dois campos.
Quase uma semana após a entrada em vigor do cessar-fogo, Kiev e os separatistas voltaram, este sábado, a acusar-se mutuamente de ignorar os acordos, que são fundamentais para a implementação da paz no leste da Ucrânia.
Na passada quinta-feira, os Estados Unidos também censuraram os rebeldes pró-russos e a Rússia de terem violado o cessar-fogo mais de 250 vezes desde a sua entrada em vigor.
Também o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, lamentaram o facto de os cessar-fogos terem sido "violados diversas vezes" e defenderam a aplicação integral dos acordos de Minsk.
Entretanto, os chefes da diplomacia francesa, alemã, ucraniana e russa têm já agendada uma reunião para a próxima terça-feira em Paris, a pedido dos respetivos chefes de Estado e de Governo.
Na sexta-feira, milhares de ucranianos reuniram-se na Praça da Independência, em Kiev, para assinalar o primeiro aniversário da morte de dezenas de manifestantes durante a fase final dos protestos "na Maidan" que derrubaram o presidente pró-russo Viktor Ianukovich.
As autoridades ucranianas declararam 20 de fevereiro o "Dia dos Heróis da Centúria Celestial", após os acontecimentos desse dia em 2014, quando os confrontos entre manifestantes e forças da ordem e os disparos de franco-atiradores semearam o terror no centro de Kiev, num confuso incidente ainda por clarificar.