As forças ucranianas abateram, esta sexta-feira, 12 mísseis russos, incluindo seis mísseis hipersónicos Kinjal, num ataque a Kiev no dia da visita de uma delegação de dirigentes africanos.
Corpo do artigo
Além dos mísseis hipersónicos, foram abatidos seis mísseis de cruzeiro Kalibr e dois drones (aeronaves não tripuladas) de reconhecimento, disse a força aérea ucraniana na plataforma digital Telegram, segundo a agência francesa AFP.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, considerou que Moscovo estava a enviar uma mensagem aos mediadores africano. "Os mísseis russos são uma mensagem para África: a Rússia quer mais guerra, não quer paz", escreveu Kuleba na rede social Twitter.
Ao final da manhã (hora local), o presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, registou uma explosão num dos bairros da capital. "Os mísseis continuam a voar, visando Kiev", disse.
Jornalistas da AFP em Kiev ouviram explosões, mas não foi possível saber imediatamente se houve danos ou vítimas.
Ao meio-dia, toda a Ucrânia estava em alerta antiaéreo. "Ameaças de armas balísticas no centro, leste e oeste, permaneçam nos vossos abrigos", declarou a força aérea ucraniana no Telegram.
A delegação africana, liderada pelo presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, esteve de manhã em Bucha, onde ocorreu um massacre de civis em março de 2022, atribuído ao exército russo.
"Os chefes de Estado e de Governo visitam a vala comum atrás da Igreja Ortodoxa de Santo André, onde foram enterrados 458 civis que perderam a vida durante a fase inicial do conflito", escreveu Ramaphosa no Twitter.
Ao contrário de todos os outros líderes internacionais que visitaram o local, Ramaphosa evitou mencionar a responsabilidade das forças de ocupação russas na morte das vítimas, segundo a agência espanhola EFE.
De Bucha, a delegação de dirigentes da África do Sul, Senegal, Egito, Uganda, Zâmbia, República do Congo e Comores viajou para Kiev, onde visitou outro memorial de guerra com um representante do Ministério da Defesa ucraniano.
A delegação africana deverá encontrar-se ainda hoje com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e com o homólogo russo, Vladimir Putin, no sábado, em Moscovo.
A missão de paz africana é uma iniciativa de Ramaphosa e visa aproximar russos e ucranianos de uma solução negociada para a guerra provocada pela invasão militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.