Enquanto Raffaele Sollecito era detido num hotel perto da fronteira com a Áustria, a ex-namorada Amanda Knox dava uma entrevista à cadeia de televisão norte-americana ABC, na qual insistiu uma vez mais na sua inocência. Os dois foram condenados, quinta-feira, a 28 e 25 anos de prisão pelo homicídio de Meredith Kercher.
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Na entrevista à ABC, Amanda Knox explicou como se sentiu quando ouviu a sentença do Tribunal de Florença. "A minha primeira reação foi: não, isto não está correto e vou fazer tudo o que puder para o provar. Só quando vinha para aqui é que chorei pela primeira vez", contou.
"Vou lutar até ao fim porque isto é um erro, não é justo", disse. "A minha família acredita na minha inocência", contou, explicando que, desde que soube da sentença, se sente como se tivesse sido trucidada por um comboio. "Não esperava esta sentença, esperava muito mais do sistema judicial italiano", acrescentou.
As críticas à justiça italiana por parte da defesa de Amanda Knox e da comunicação social norte-americana foram recorrentes ao longo de todo o processo. A Imprensa italiana aponta que é provável que as pressões mediáticas tenham influenciado a sentença que absolveu Knox, em 2011, e ao então seu namorado, Raffaele Sollecito, do homicídio, deixando cair a toda a responsabilidade no africano Rudy Guede, a cumprir 16 anos de prisão, desde 2010.
Amanda Knox assegura compreender a família de Meredith, que pediu, esta sexta-feira de manhã, a extradição da norte-americana para Itália. "O facto de não saberem o que se passou realmente é horrível", disse, explicando entender como é "difícil" para uma família viver um processo "interminável".
Stephanie e Lyle Kercher, irmãos de Meredith, pediram esta manhã de sexta-feira, numa conferência de imprensa, em Florença, que Amanda seja extraditada para Itália para enfrentar a justiça.
"O governo norte-americano tenta extraditar muitos criminosos de outros países, pelo que se não permitir que Amanda seja extraditada para Itália, abrirá um precedente".
A extradição para Itália é o que Amanda Knox mais teme: "Não estou preparada, não quero voltar àquele lugar... só quer ler as fundamentações da sentença. Quero lutar até ao final".