O caso de Amanda Knox está a correr o Mundo. A jovem e o ex-namorado, presos há quatro anos em Perugia (Itália), conseguiram uma ilibação do processo que os acusava de terem assassinado Meredith Kercher e foram libertados. Uma perícia às análises de ADN feitas na altura do crime deu uma reviravolta ao caso. Conheça o caso em detalhe.
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A condenação dos dois jovens a 26 e 25 anos de prisão foi baseada em vestígios de ADN presentes numa faca e num sutiã da vítima.
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Numa primeira instância, vestígios de ADN de Amanda Knox e Raffaele Sollecito tinham sido encontrados no sutiã que a vítima usava e numa faca achada em casa de Sollecito. Segundo as análises forenses da polícia científica italiana, no gancho do sutiã, havia vestígios de ADN de Sollecito. E, na faca, achada em casa do italiano, a polícia encontrou vestígios de ADN de Amanda Knox e vestígios de sangue da jovem britânica assassinada.
Fundamentada nisto, a acusação argumentou que Meredith foi agredida pelo casal e por Rudy Guede, um jovem da Costa do Marfim, de 21 anos, num "crescente incontrolável e imparável de violência e jogo sexual que acabou com a morte".
Numa segunda instância, a defesa dos jovens Amanda Knox e Raffaele Sollecito, pediu o recurso da sentença e isso conduziu a uma nova perícia ordenada pelo tribunal.
Os professores Stefano Conti e Carla Vecchiotti foram destacados para refazer as análises, mas não conseguiram obter resultados face à escassez e o estado degradado do ADN presente no sutiã e na faca. Mas, tal como pediram os juízes, procederam a uma revisão das primeiras análises da polícia científica. Chegaram à conclusão de que "os protocolos internacionais de recolha e processamento não foram respeitados".
Segundo os peritos, a quantidade do suposto ADN da vítima presente na faca era demasiado escassa para chegar a conclusões definitivas.
Não restaram dúvidas de que existem, na faca, vestígios de ADN de Amanda Knox, mas esta prova revelou-se nula porque não foi provada a existência de sangue de Meredith Kercher no objecto.
Por outro lado, os peritos também criticaram as análises do sutiã da vítima. Assinalaram que o vestígio de ADN de Sollecito não é conclusivo. Os professores advertiram que as técnicas de recolha e processamento, utilizadas pela polícia, não permitem descartar uma contaminação da prova. No mesmo sutiã detectaram-se vestígios de outros homens.
Outras circunstancias contribuíram para a absolvição. Entre eles, a ausência de um motivo convincente para o assassinato e a falta de provas concretas sobre a presença dos acusados na cena do crime. A prova mais sólida é o testemunho de Guede, condenado a 16 anos de prisão por violência sexual e participação na agressão a Meredith, num processo separado.
Guede admitiu ter tido relações sexuais com Meredith Kercher mas disse que foi outro homem que a matou, enquanto ele estava na casa-de-banhom.