Vários panfletos alusivos ao Ku Klux Klan foram encontrados em diferentes cidades nos EUA na manhã da passada segunda-feira. Para além de procurar angariar novos membros, o grupo de extrema-direita oferece ajuda aos americanos de raça branca.
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Dezenas de panfletos de Ku Klux Klan (KKK) foram encontrados em passeios nas ruas de Augusta, no estado americano da Geórgia, escreveu o jornal "Central Maine". A policia daquela localidade foi alertada pelos moradores que ficaram surpreendidos quando encontraram os panfletos na rua e até na caixa de correio. O mesmo jornal relata o mesmo tipo de atividade em outras cidades, nos estados da Carolina do Norte e em Maine,
Nestes "flyers", a mensagem "Aos cavaleiros tradicionalistas americanos do Ku Klux Klan" surge em grande destaque. Decorados com a imagem mais clássica usada para ilustrar os membros deste grupo de extrema-direita, oferecem assistência 24 horas por dia, através de uma linha telefónica.
Ligando para esse número, as pessoa são recebidas com uma mensagem de voz automática, que apresenta o grupo como "um movimento de pessoas brancas com os mais altos valores da civilização ocidental, comprometidos com os interesses da raça branca".
Francis Moris, padre em Augusta, em declarações ao "Central Maine", assegurou que a comunidade cristã daquela localidade condena tais atos, lembrando que os católicos foram um dos grupos atacados pelos membros do KKK.
Este responsável religioso disse que os panfletos são um símbolo de ignorância e que foram deixados propositadamente naquela localidade, por albergar um vasto número de refugiados. Para o padre, existe uma ligação direta entre estes atos e a recente ordem de Donald Trump em negar a entrada no país a cidadãos de sete países, onde os muçulmanos são a maioria religiosa.
"Quem está nos lugares de poder dá luz verde a este tipo de ações. É muito triste ver as pessoas a recuperarem estas tentativas de dividir a nossa sociedade", lamentou.
O KKK é um grupo organizado no sul dos EUA depois da Guerra Civil, para estabelecer a supremacia branca, com um histórico de violência contra grupos de negros, imigrantes, judeus e outras minorias.
Um vasto conjunto de organizações conotadas com a extrema-direita está a promover as suas atividades, através de recrutamento de novos membros, em várias cidades dos EUA, nos últimos meses. Calcula-se que o número de integrantes do KKK também tenha aumentado desde a eleição de Donald Trump.