Os belgas votam hoje, domingo, em eleições legislativas antecipadas marcadas pelas divisões entre as principais comunidades linguísticas do país, flamengos (norte) e valões (sul), num cenário de crise económica.
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O vencedor do escrutínio terá como difícil missão formar um Governo de coligação nacional – os partidos belgas são regionais – num contexto em que os partidos da Flandres (de língua neerlandesa) exigem mais autonomia e a cisão do círculo eleitoral e judicial Bruxelas-Halle-Vilvoorde (área metropolitana da capital).
A Valónia contesta a cisão, que implica perda de direitos aos francófonos residentes nos arredores de Bruxelas, e mantém o discurso do interesse nacional por oposição ao regionalista.
Por outro lado, o próximo governo terá que inverter o crescimento do défice público (agora nos 6%), reduzir a taxa de desemprego de 8,2 % e reformar a segurança social, cujas despesas ascendem a 26,4 % do PIB belga e cujo défice deverá ser de 4,6 mil milhões de euros este ano.
Entretanto, a Bélgica assume a 01 de Julho a presidência rotativa da União Europeia, sendo praticamente certo que o fará com o actual Governo demissionário em regime de gestão corrente.