O líder do Pasok (socialista), Evangelos Venizelos, reiterou esta segunda-feira a necessidade de formar um "governo de unidade europeísta" na Grécia após conversações com o líder conservador Antonis Samaras, vencedor do escrutínio por maioria relativa.
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"Respeitamos o veredito do povo grego", disse o ex-ministro das Finanças, ao reconhecer a hecatombe eleitoral do seu partido nas legislativas de domingo. O Pasok perdeu 30 pontos percentuais e foi relegado para terceira força política, com 13% dos votos e 41 deputados.
Nesta perspetiva, o líder dos socialistas moderados gregos argumentou que o seu partido é também "o terceiro em responsabilidade".
"Para que o país saia da crise (...) consideramos necessário que cada força política se declare pró-europeia e assuma as suas responsabilidades", afirmou.
Venizelos defendeu a integração num futuro executivo da Coligação da Esquerda Radical (Syriza) e da Esquerda Democrática (Dimar), segunda e sexta força política, juntamente com o Pasok e a Nova Democracia (ND) de Samaras, para que o executivo "tenha a máxima legitimidade possível".
No entanto, estas duas formações já rejeitaram integrar um governo de coligação liderado pela ND.
Em paralelo, o líder do Pasok disse estar disposto a que os membros do seu partido prescindam de cargos decisivos no eventual governo de coligação, limitando-se a fornecer o necessário apoio legislativo.
"Também assumimos que o povo, com o seu voto, pediu ainda que as pessoas que tinham responsabilidades governamentais devem ser substituídas", disse.
O Pasok e a ND, que integravam o Governo de coligação cessante responsável pela aplicação do memorando assinado com os credores internacionais e que impôs duras medidas de austeridade, perderam a maioria no parlamento ao garantirem apenas 149 dos 300 lugares.
O líder conservador foi esta manhã mandatado pelo Presidente Caroulos Papoulias para iniciar as conversações destinadas a formar governo, e até terça-feira deverá reunir-se com os cinco partidos que entraram no parlamento.
No entanto, Samaras excluiu dos contactos interpartidários a extrema-direita da Aurora Dourada, que pela primeira vez garantiu representação parlamentar com 21 deputados (6,9 por cento dos sufrágios).
De acordo com a Constituição, o primeiro partido é mandatado pelo Presidente para formar uma coligação e terá três dias para as negociações. Em caso de falhanço, será o segundo partido (Syriza) a liderar as conversações por mais três dias e, em caso de impasse, a tarefa será concedida ao Pasok, o terceiro partido mais votado.