Líder do PP culpa Governo espanhol, que pede trégua política pela tragédia em Valência
Líder de partido conservador culpou esta quinta-feira o Executivo do país, comandado pelos socialistas. Divergindo de Alberto Núñez Feijóo, líder conservador de Valência agradeceu apoio de Pedro Sánchez.
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Presidente do Partido Popular (PP), Feijóo criticou o Executivo espanhol, afirmando que o Governo da Comunidade Valenciana, comandada pelo partidário Carlos Mazón, atuou de acordo com as informações emitidas por órgãos como a Agência de Meteorologia, de “competência exclusiva” do Governo do país. Já os socialistas pediram uma trégua.
As declarações de Feijóo em Valência, bem recebidas por Mazón, ocorreram após o Ministério do Interior de Madrid esclarecer que a responsabilidade por acionar e gerir os planos territoriais da Proteção Civil diante de uma emergência é das comunidades autónomas. O líder valenciano respondeu ao comunicado dizendo que os alertas à população foram feitos “pontualmente” e “em tempo adequado”.
Moncloa evita atritos
Valência decretou o nível dois de emergência, ou seja, a autoridade regional recebe meios do Estado espanhol, mas continua a comandar as operações. Segundo o diário “El País”, a Moncloa ponderou decretar de de forma unilateral o nível três, o máximo – considerado uma “emergência nacional”. Madrid desistiu, no entanto, para evitar atritos e por considerar que “não era necessário”, já que a Comunidade Valenciana estava “a atuar corretamente”.
Àgueda Micó, porta-voz parlamentar do Compromís, integrante do Sumar, condenou Mazón, dizendo que o popular “não pode fugir à gestão pública”. Não obstante, a deputada disse que não pedirá responsabilidades políticas “neste momento” porque “haverá tempo para pedi-las” – discurso idêntico de fontes socialistas citadas pelo jornal “El Periódico”, que na quarta-feira frisaram que este “é o momento da união na dor e na esperança de encontrar vivos os desaparecidos”.
O primeiro-ministro Pedro Sánchez, elogiado de maneira institucional por Mazón pela “proximidade” e “presença tão rápida e apropriada”, assegurou a colaboração com o Governo regional “por terra, mar e ar”. “Trabalharemos dia e noite para encontrar os desaparecidos e os corpos dos falecidos, para ajudar a restaurar a normalidade o mais rapidamente possível”, assegurou.