O secretário-geral da Liga Árabe pediu aos investigadores da ONU, atualmente na Síria, para inspecionarem imediatamente a região de Damasco, alvo de violentos bombardeamentos, esta quarta-feira, que militantes disseram ter incluído gases tóxicos.
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De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental com sede em Londres, pelo menos 100 pessoas morreram nestes bombardeamentos.
Os comités populares de coordenação (LCC), uma rede de militantes no terreno, afirmou que o regime sírio de Bashar al-Assad usou gás tóxico no bombardeamento contra Ghouta oriental, na periferia da capital.
Investigadores da ONU estão atualmente em missão na Síria para determinar se armas químicas estão a ser usadas no conflito, que já causou, ao longo de mais de dois anos, mais de cem mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.
Nabil Elaraby denunciou um "crime que fez centenas de vítimas entre civis sírios inocentes" e pediu que os autores sejam levados "à justiça penal internacional", afirmando estar "muito surpreendido por este crime ter sido cometido quando se encontram no país os investigadores da ONU".
A oposição síria acusou o regime de al-Assad de ter usado gás tóxico e o líder da Coligação nacional da oposição síria, Ahmed Jarba, pediu uma "reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU sobre este massacre", no qual assegura que morreram "mais de 650 pessoas", na sequência de um ataque com armas químicas.
Em Londres, o ministro dos Negócios Estrangeiros, William Hague, manifestou "profunda preocupação" pelo ataque das forças do regime sírio contra a zona rebelde de Ghouta, próxima de Damasco.
Hague pediu ao Governo sírio que permita "o acesso imediato" da equipa da ONU à zona alegadamente alvo de um ataque com armas químicas.
"Estou profundamente preocupado com a notícia de que centenas de pessoas, incluindo crianças, morreram em ataques aéreos e com armas químicas nas zonas rebeldes, próximas de Damasco", afirmou o ministro, acrescentando que vai apresentar este caso ao Conselho de Segurança da ONU.
As autoridades sírias desmentiram já ter recorrido a este tipo de armamento, e a agência noticiosa oficial Sana acusou cadeias de televisão por satélite de transmitir informações infundadas.