O ex-Presidente do Brasil Lula da Silva disse, esta sexta-feira, que decidiu não se entregar à Polícia Federal para cumprir pena, conforme decretou o juiz federal Sérgio Moro.
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Numa conversa telefónica com o jornal Folha de São Paulo, o antigo chefe de Estado e ex-líder do Partido dos Trabalhadores afirmou que não vai para Curitiba entregar-se à Polícia Federal, como determinou o juiz Sérgio Moro.
Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também citado pela Folha, "uma viagem do ex-Presidente a Curitiba teria dificuldades de logística e de segurança, especialmente depois da decisão de Moro de bloquear as contas" de Lula.
O antigo Presidente está também a aguardar o resultado de um novo pedido de "habeas corpus" [garantia que permite aguardar julgamento em liberdade] feito pela defesa, desta vez dirigido ao Superior Tribunal de Justiça.
A defesa de Lula da Silva tinha inicialmente apresentado um "habeas corpus" junto do Supremo Tribunal Federal (STF) que foi recusado na quarta-feira pela maioria dos 11 juízes do tribunal.
Lula da Silva passou a noite na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, nos arredores de São Paulo, depois de conhecida a ordem de prisão decretada, quinta-feira, pelo juiz federal Sérgio Moro.
Lula da Silva permanece na sala do SM, onde está a ser gizada a defesa do antigo presidente do Brasil. No exerior, junta-se cada vez mais apoiantes.
O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF4, segunda instância) em janeiro.
A prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras.
A execução provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições de outubro.