O presidente da Venezuela desafiou o seu homólogo norte-americano, Barack Obama, para um "diálogo de alto nível" entre os dois governos, enquanto a oposição protesta contra o seu executivo. Para este sábado estão marcadas duas manifestações em Caracas, a favor e contra Nicolas Maduro. Os protestos na Venezuela dos últimos dias já fizeram oito mortos.
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"Eu peço um diálogo consigo, Presidente Obama... entre a Venezuela patriótica e revolucionária e os Estados Unidos e o seu Governo. Aceite o desafio para realizarmos um diálogo de alto nível e colocar a verdade sobre a mesa", disse Maduro, numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros.
O repto de Nicolás Maduro surge depois de o Governo dos Estados Unidos negar ter ameaçado a Venezuela com represálias caso mantenha preso o líder opositor Leopoldo López, cuja detenção, alertou, pode ter um "efeito intimidante" em toda a oposição venezuelana.
Na resposta ao desafio de Maduro a Obama, o chefe da diplomacia norte-americana disse que "a utilização da força e da intimidação judicial pelo Governo contra cidadãos e figuras políticas que exercem o seu legítimo direito de protesto é inaceitável e apenas potencias as probabilidades de violência".
Maduro insistiu ainda nas críticas à cobertura noticiosa da estação CNN no seu país e pediu aos responsáveis da estação "equilíbrio" e a "retificação" para que se mantenha na programação dos operadores de televisão por cabo.
Na quarta-feira, Nicolás Maduro tinha anunciado que iria expulsar do país o representante do canal e acusou a CNN de fazer "propaganda de guerra" contra a Venezuela. Toadavia, a CNN disse ter recebido do Governo venezuelano uma comunicação em que revoga a autorização de trabalho do seu correspondente Osmary Hernández.
Nicolás Maduro anunciou ainda terem sido detidos vários funcionários dos serviços secretos do país que utilizaram armas nos protestos estudantis ocorridos a 12 de fevereiro último.
"Pedi que ninguém saísse à rua com armas e saíram com armas (...) estão detidos parte dos funcionários que usaram armas", disse.