
Dijana Hrka
Foto: Andrej Isakovic/AFP
A mãe de uma das 16 vítimas mortais do desabamento da cobertura de uma estação ferroviária na Sérvia terminou, esta segunda-feira, a greve de fome, após 16 dias, para exigir novas eleições e o apuramento de responsabilidades pelo acidente.
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"Hoje vou suspender a greve de fome, mas vou ficar aqui. Não vou trair o meu povo. Talvez alguém queira ver-me morta, mas acho que sou mais necessária viva", disse Dijana Hrka num discurso em frente à Assembleia Nacional (parlamento) em Belgrado, perto da qual acampou durante 16 dias.
A mulher disse que muitos médicos e dois padres a exortaram a parar o protesto.
Hrka afirmou que é "apolítica" e que só procura a verdade, prometendo continuar a acampar perto do parlamento até que as suas exigências sejam atendidas.
O local onde esta mulher e acompanhantes permanecem fica a poucos metros, e separado por cercas e polícias, do local ocupado pelos simpatizantes de Aleksandar Vucic, o Presidente nacionalista sérvio, que domina a política do país desde 2012.
Há mais de um ano, Vucic enfrenta os maiores protestos de populares desde a queda do regime autoritário de Slobodan Milosevic em 2000, com milhares de cidadãos, liderados por universitários, que acusam o governo de corrupção e autoritarismo.
Os protestos iniciais para pedir esclarecimentos sobre as causas do desabamento da cobertura, em 1 de novembro de 2024, na estação ferroviária de Novi Sad, que acabara de ser restaurada por empresas chinesas, transformaram-se numa exigência por mais liberdade e respeito ao Estado de Direito.
As principais reivindicações dos manifestantes são a convocação de eleições parlamentares extraordinárias, o que Vucic rejeita, apelidando os estudantes que organizam os protestos de terroristas e mercenários estrangeiros.
O Partido Progressista Sérvio (SNS) de Vucic venceu com maioria absoluta as eleições de 2023.
