Cerca de 100 mil pessoas foram deslocadas devido às enchentes no Sudão do Sul nas últimas semanas, podendo o número quadruplicar até o final do ano, anunciou esta sexta-feira a agência das Nações Unidas (ONU) para os refugiados.
Corpo do artigo
"Nas últimas quatro a seis semanas, observámos áreas inteiras, particularmente nos estados de Jonglei, Alto Nilo e Unity, que foram submersas pela água", disse a representante da agência da ONU para os refugiados (ACNUR) no Sudão do Sul, Marie-Hélène Verney, à imprensa em Genebra.
Verney referiu que, se a tendência continuar, a previsão é "que mais de um milhão de pessoas serão afetadas nos próximos meses, incluindo 400 mil deslocadas".
Esse número pode ser superado até o final do ano, de acordo com o ACNUR, que aponta que o pico de inundações costuma ocorrer em setembro e outubro.
"As consequências das inundações são terríveis. Estamos a ver condados inteiros onde os agricultores constatam que as suas terras estão submersas", afirmou Verney, acrescentando que a resposta humanitária do ACNUR não é suficiente devido à falta de financiamento.
O setor de ajuda internacional está em crise desde o regresso do presidente norte-americano Donald Trump ao poder, que congelou imediatamente a maior parte da ajuda externa dos Estados Unidos. Outros países também reduziram os orçamentos de ajuda ao desenvolvimento, de acordo com as organizações.
Até 31 de julho, o ACNUR havia recebido apenas um terço dos quase 300 milhões de dólares (256,2 milhões de euros) solicitados para a ajuda no Sudão do Sul, um dos países mais pobres do mundo e que este ano enfrentou instabilidade política.