Um cidadão mexicano que foi deportado pelos Estados Unidos para o Sudão do Sul juntamente com outros sete cidadãos de diferentes países foi repatriado para o México, informou sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país africano.
Corpo do artigo
Num comunicado, o ministério sul-sudanês anunciou a "repatriação bem-sucedida" de Jesús Muñoz Gutiérrez, cidadão mexicano, ao seu país de origem, lembrando que o homem havia sido deportado para a República do Sudão do Sul pelos Estados Unidos "como cidadão de um terceiro país".
Salientou que a repatriação foi realizada pelos Governos do Sudão do Sul e do México, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão do Sul e da Embaixada do México em Adis Abeba, Etiópia.
Muñoz Gutiérrez foi formalmente transferido sob a custódia de Alejandro Estivill Castro, embaixador designado do México no Sudão do Sul, em virtude dos acordos alcançados conjuntamente por ambos os Governos, acrescentou.
Em maio passado, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que o seu Governo não foi informado sobre a deportação pelos Estados Unidos de um migrante mexicano para o Sudão do Sul, que foi expulso juntamente com outros sete de diferentes países.
Sheinbaum referia-se ao caso de Jesús Muñoz Gutiérrez, um cidadão mexicano que estava detido nos Estados Unidos acusado de homicídio e que foi deportado para o país africano.
Segundo Sheinbaum, o Governo norte-americano não seguiu o protocolo existente para a repatriação de cidadãos mexicanos, que é diferente para pessoas que cometeram algum crime, como no caso de Muñoz Gutiérrez.
Organizações de defesa dos direitos dos migrantes apresentaram um recurso de emergência ao tribunal de Massachusetts para que este interviesse, denunciando pelo menos dois casos de cidadãos que tinham sido informados de que seriam enviados para o Sudão do Sul.
A maioria dos homens deportados pelos EUA para o Sudão do Sul - de Cuba, Laos, México, Mianmar, Paquistão, Coreia do Sul e Vietname - não tem vínculos com o país. Um oitavo homem é sul-sudanês, mas deixou África quando era criança, antes mesmo de o Sudão do Sul existir (fundado em 2011), segundo o jornal digital The Intercept.
Na passada quinta-feira, a porta-voz do ministério sul-sudanês disse que o cidadão desta nacionalidade "foi libertado e agora está com a sua família".
Mayen frisou que a deportação de cidadãos estrangeiros dos Estados Unidos da América (EUA) foi baseada em negociações bilaterais e não num acordo formal, não dando mais detalhes sobre os deportados, pelo que não se sabe exatamente onde, no Sudão do Sul, estão os homens detidos e em que condições, ou se têm acesso a representação legal.
Outras nações africanas que receberam deportados dos EUA incluem o Uganda, o Essuatíni e o Ruanda.
O Essuatíni, um reino na África Austral, recebeu cinco homens com antecedentes criminais em julho. O Ruanda anunciou a chegada de um grupo de sete deportados em meados de agosto.
As deportações para o Uganda ainda não começaram, mas as autoridades norte-americanas já disseram anteriormente que querem enviar Kilmar Abrego Garcia, que está num centro de detenção na Virgínia, para o país da África Oriental.