Mais de 20 mil estudantes do ensino secundário manifestaram-se hoje em 40 cidades espanholas contra "o genocídio sionista" na Faixa de Gaza e em solidariedade com a flotilha que pretendia alcançar este território palestiniano e foi travada por Israel.
Corpo do artigo
As manifestações, convocadas pela associação nacional Sindicato de Estudantes, foram mais numerosas em Barcelona (6500 pessoas, segundo a polícia local) e em Madrid (4000).
Os protestos foram convocados com o lema "Paremos o genocídio contra o povo palestiniano" e os estudantes, além de manifestarem solidariedade com os membros da Flotilha Global Sumud detidos por Israel na quarta-feira e hoje, reivindicaram o corte total de relações do Governo de Espanha com Israel.
Os estudantes apelaram também a sindicatos e outras organizações para convocarem uma greve geral em Espanha por causa da situação em Gaza.
"O caminho para parar este genocídio é pressionar os governos", disse a jornalistas em Barcelona uma porta-voz do Sindicato de Estudantes, Lua Millet, que considerou que os jovens que saíram hoje às ruas estão "do lado correto da história".
"O que é preciso fazer é para tudo, como em Itália", disse também outra porta-voz do movimento em Madrid, Coral La Torre, para justificar o apelo a uma greve geral.
Fotos: Luis Tejido, Marta Perez e Rodrigo Jimenez / EPA
Na manifestação de Barcelona foram identificados quatro jovens pelo lançamento de petardos e objetos, segundo a polícia da cidade, mas os protestos foram genericamente pacíficos em todas as cidades, disseram as autoridades.
Os barcos da Flotilha Global Sumud, que saíram de Barcelona no final de agosto, foram intercetados entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje por militares de Israel, que detiveram as dezenas de pessoas que iam a bordo.
A organização da flotilha convocou para hoje, a partir das 19:00 locais (18:00 em Lisboa) uma concentração, seguida de manifestação, para o centro de Madrid, com ponto de encontro em frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.
"Assaltaram a flotilha. Todos às ruas!", lê-se na convocatória deste protesto, em que os organizadores exigem a libertação dos elementos da flotilha, embargo de armas a Israel, rutura de relações com Telavive e a abertura de um corredor humanitário para a Faixa de Gaza.