Ministro italiano indica que detidos da flotilha deverão ser deportados numa ordem única
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, indicou esta quinta-feira, após contactos com o homólogo israelita, que o Governo de Telavive pretende emitir uma ordem única para deportar todos os detidos da Flotilha Global Sumud em dois voos fretados.
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De acordo com o governante italiano, os dois voos poderão ter como destino Londres e Madrid, transportando os membros da flotilha que pretendiam entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza, incluindo quatro cidadãos portugueses, e que acabaram por ser detidos pelas autoridades israelitas entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje.
"Madrid e Londres solicitaram, mas veremos", disse Tajani numa audição parlamentar hoje em Roma, na qual atualizou para 40 o número de ativistas italianos detidos.
As forças israelitas intercetaram a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária, detendo os seus participantes, incluindo a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse hoje esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país "sem nenhum incidente", considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
Os membros da flotilha foram inicialmente transportados para o porto de Ashdod e, segundo Tajani, a intenção é concluir a transferência para uma prisão em Bersheba hoje à noite, após o feriado do Yom Kippur.
A embaixada de Itália planeia iniciar as visitas aos seus cidadãos na sexta-feira de manhã e retomá-las no domingo, após o Shabat.
O chefe da diplomacia italiana prestou ainda informações sobre a situação do navio "Karma", que transportava o deputado do Partido Democrático (PD) Arturo Scotto e a eurodeputada Annalisa Corrado, que se separou do resto da flotilha e se dirigia para o porto israelita de Ashdod.
A eurodeputada da Aliança Verde-Esquerda, Benedetta Scuderi, e o senador do Movimento 5 Estrelas (M5S) Marco Croatti, que viajavam no barco "Morgana", estiveram entre os primeiros membros da flotilha a serem detidos e levados para identificação.qu