A Rede Estatal Contra a Ocupação da Palestina (Rescop) denunciou esta sexta-feira que quatro navios com armas e combustível destinados a "abastecer o genocídio" palestiniano vão navegar por águas espanholas e, ou, atracar em portos daquele país.
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Esta rede de organizações não governamentais pró-Palestina exige que se negue a atracagem destes navios, e que os mesmos sejam retidos e inspecionados.
A Rescop indicou, em comunicado, que quatro navios vão utilizar portos e águas territoriais espanholas "nas próximas horas e dias, nas suas rotas de fornecimento de material militar e combustível a Israel".
De acordo com informações obtidas no porto de Barcelona e na plataforma de seguimento de navios VesselFinder, dois navios irão utilizar o porto daquela cidade, outro atracará em Ceuta e um quarto passará por águas espanholas no seu trajeto para Gibraltar.
Trata-se do Petrolina Ocean, com bandeira de Chipre, que está a realizar trabalhos de abastecimento no porto de Barcelona, onde está previsto carregar 6100 toneladas de combustível para transportar para Israel, segundo a Rescop.
Nas imediações do porto da cidade de Barcelona encontra-se o Zim Virginia, com bandeira israelita, que regressa de Israel para os Estados Unidos após ter entregue "13 toneladas de componentes de helicópteros militares, 5 toneladas de projéteis" e 22 veículos de uso militar.
Também está previsto que aquele navio faça escala no porto de Valência.
O terceiro navio é o Danica Sunrise, com bandeira da Dinamarca, que também se encontra na rota de Israel para os Estados Unidos, pertence a uma empresa especializada em carga de explosivos e está previsto que faça escala em Ceuta.
Da mesma empresa é o Marianne Danica, que viaja da Índia para Israel para entregar 18 contentores de munições e não pôde fazer escala em Cabo Verde, pelo que se dirige a Gibraltar, pelo que terá de atravessar águas espanholas.
Em 2024, o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol proibiu a sua atracagem, após comprovar queo navio transportava munições e explosivos.
Na nota emitida hoje, a Rescop exige que o Governo espanhola promova um "embargo total de armas a Israel sem exceções", que inclua também o trânsito, e solicitou às autoridades competentes que neguém a estes quatro navios o acesso aos serviços portuários.
"Nenhum porto espanhol deve permitir a atracagem de navios envolvidos no comércio de armas com Israel. Continuam a passar armas manchadas de sangue pelos nossos portos e aeroportos. Continuamos a financiar e a facilitar o genocídio, a ocupação e o apartheid na Palestina através do fornecimento de combustíveis", sublinhou.