Mais de 500 trabalhadores humanitários morreram em Gaza desde a "escalada das hostilidades", disse este domingo Ramesh Rajasingham, chefe do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), ao Conselho de Segurança.
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"Um marco sombrio foi ultrapassado na comunidade humanitária", declarou o responsável ao participar na reunião extraordinária do Conselho de Segurança convocada pelos seus membros europeus, Reino Unido, França, Dinamarca, Grécia e Eslovénia, para discutir o novo plano de Israel para a ocupação militar na Palestina.
O representante do OCHA declarou-se "extremamente preocupado com o conflito prolongado e o aumento do custo humano que provavelmente ocorrerá após a decisão do governo israelita de expandir as suas operações militares em Gaza".
Israel planeia deslocar todos os civis da Cidade de Gaza até 7 de outubro de 2025, afetando quase 800 mil pessoas, alertou Miroslav Jenča, subsecretário-geral da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas, citando relatos dos meios de comunicação israelitas.
O responsável alertou para os riscos após a notícia, na sexta-feira, de que o Gabinete de Segurança israelita endossou um plano militar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para ocupar a Cidade de Gaza, no norte do enclave.
"A última decisão do Governo israelita ameaça iniciar outro capítulo terrível neste conflito, com potenciais consequências para além de Israel e do território palestiniano ocupado", disse Miroslav Jenča no seu discurso.
Enquanto decorria a reunião extraordinária, Benjamin Netanyahu garantiu numa conferência de imprensa em Jerusalém que Israel lançará "muito em breve" a sua ofensiva contra a Cidade de Gaza e os campos de refugiados no centro e sul do enclave, que considera os dois últimos bastiões do Hamas na Faixa de Gaza.
O embaixador palestiniano na ONU, Riyad Mansour, afirmou na sexta-feira que mais de 60 mil palestinianos, "a maioria crianças e mulheres", foram mortos desde 7 de outubro de 2023.