Mais de 70 passageiros do "Costa Concordia", que naufragou na sexta-feira junto à costa da Toscânia, Itália, aderiram a uma acção judicial colectiva contra a empresa proprietária do navio, foi anunciado, esta terça-feira.
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"Mais de 70 passageiros que estavam a bordo do navio aderiram até agora à acção colectiva promovida pela associação" de defesa dos consumidores italianos, afirmou o presidente e fundador da Codacons, Carlo Rienzi, citado num comunicado.
"O nosso objectivo é que cada passageiro obtenha uma indemnização de pelo menos 10 mil euros por danos materiais (...) e morais, como o medo sentido, as férias arruinadas e os graves riscos corridos", acrescentou.
A acção colectiva, que foi apresentada ao Tribunal de Génova, terá agora de ser declarada admissível por um juiz no âmbito de uma audiência que não deverá realizar-se antes de "alguns meses", explicou o co-presidente da associação, Marco Ramadori, à agência France Presse.
Ramadori disse-se "bastante confiante" em relação à admissibilidade da queixa, uma vez que "os prejuízos são evidentes".
Se a queixa colectiva for admitida pelo juiz, os passageiros do "Costa Concordia", italianos ou estrangeiros, terão 120 dias para se associarem a ela.
Por outro lado, a apresentação da queixa pode levar a empresa proprietária, Costa Crociere, a procurar um "acordo extra-judicial" com os passageiros, segundo Ramadori, o que considerou ser "sempre preferível" a um processo judicial, uma vez que "a justiça italiana não funciona e é muito lenta".
O naufrágio, ocorrido na sexta-feira à noite depois de o navio se desviar da sua rota e embater em rochas, fez pelo menos seis mortos. Vinte e nove pessoas estão desaparecidas.
O "Costa Concórdia" levava cerca de quatro mil pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes. Pelo menos 11 cidadãos portugueses estavam no navio, tendo dois sofrido ferimentos ligeiros e os restantes saído ilesos.